sábado, 22 de junho de 2013

LUIZ GARCIA - A falsa cura


É uma discussão secular e universal: o homossexualismo é opção de vida ou doença? A primeira hipótese vem ganhando aceitação, e já há bastante tempo. Principalmente nos países mais civilizados. No Brasil, pode-se dizer que isso também acontece. Mais honestamente: começa a acontecer. Principalmente nas grandes cidades.
Recentemente, por exemplo, o Conselho Federal de Psicologia — e, portando, o governo — emitiu uma resolução proibindo os profissionais da área de tratarem homossexuais, na chamada "cura gay", uma expressão obviamente ofensiva, que define o homossexualismo como uma doença, e não aquilo que realmente é: uma opção de vida. Tem os seus tarados, é verdade — exatamente como acontece no mundo heterossexual.
Outro dia, veio a reação do outro lado: a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou um decreto legislativo em sentido contrário. Era uma iniciativa do seu presidente, o deputado Marco Feliciano.
A "cura gay" levou paulada de todo lado. A ministra da Secretaria de Direitos Humano, Maria do Rosário, falou em "absurdo" e "retrocesso". E o Conselho Federal de Medicina também criticou, com palavras duras.
Pelo visto, a iniciativa de Feliciano, que ainda tem longo caminho pela frente, vai morrer na praia. Inclusive porque, como lembrou o deputado Arnaldo Jody, não cabe ao Legislativo decidir sobre decisões oficiais do Conselho Federal de Psicologia. O qual tem competência suficiente para saber o que é de sua competência — e o que não é.
É pena que o Congresso perca tempo com temas que não são de sua competência. Ou alguém acha que os psicólogos entendem menos de homossexualismo do que os políticos?
Publicado no Globo de hoje.

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