Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
11.1.2013
| 16h09m
POLÍTICA
Em 2007, mal impressionada com o astuto Hugo Chávez, resolvi ler alguma coisa sobre a Venezuela e seu fuehrer, para ver se compreendia o fenômeno que tanto encantava o lulopetismo. Mas, como gosta de dizer um amigo, não entendi patavina.
Imaginei que com a troca da guarda Chávez não teria mais vez no Planalto. Pensei, com os meus botões, que dona Dilma não teria com a figura a pachorra que o ex-presidente em exercício tem. Outra bola fora...
Uma amizade forte, fraterna, une o bolivarismo ao lulopetismo. Pena que o nosso ex-presidente em exercício não seja um bom cavaleiro, senão poderíamos erguer, no Eixão de Brasília e seu correspondente em Caracas, uma bela estátua dos dois cavaleiros a galope em direção ao arco-íris.
Naqueles dias de 2007 escrevi para este blog um artigo intitulado 'Hugo Rafael Chávez Frias' do qual copio dois parágrafos:
“Foi pena os incas não irem além da Colômbia. Quem sabe a história não seria outra? Eles acreditavam na reencarnação. Segundo eles, em sua língua qíchua, quem obedecesse aos preceitos ‘ama sua, ama lulla, ama chella’, ou seja, ‘não roube, não minta e não seja preguiçoso’, quando morresse iria viver ao calor do sol. Os outros, passariam os dias eternamente na terra fria.
Chávez não obedece ao ‘ama lulla’ inca. Era bom providenciar uma mortalha quentinha. As de alpaca são excelentes. Garanto que Morales lhe dará uma, bem colorida. E bordada com um grande e vistoso 'Já me calei'”.
Ora, minha bola de cristal não me disse que o Chávez iria parar em Havana. Nunca pensei que um país rico como o seu teria que se valer da medicina cubana. Mas ele está em Havana. Quer dizer, dizem que ele está em Havana.
Fidelistas e bolivarianos são unidos, isso dá para afirmar. Mas como nem todos os cubanos são fidelistas... talvez tenhamos o que me ocorreu esta noite: um Incidente em Havana.
De repente, tive vontade de reler 'Incidente em Antares' *, um de meus livros favoritos. Como todos sabem, é livro para ser curtido e lido e relido. Primeiro porque o Brasil está minuciosamente retratado ali.
Segundo pelo incidente ocasionado pela greve dos coveiros de Antares, que se recusam a enterrar os mortos.
Esses, por sua vez, revoltados, adquirem ‘vida’ e dão 24 horas para as autoridades resolverem o problema senão passariam a assombrar a cidade. E enquanto isso não acontece, saem pelas ruas e praças a contar tudo sobre todos. Já imaginaram um incidente do tipo em Havana?
Calma! não há o que temer. Quando tudo estivesse resolvido, era fazer como em Antares. Dizer aos jornalistas que aquilo jamais acontecera. Um desmentido cabal!
(* Incidente em Antares, Erico Veríssimo, 1971)
Nenhum comentário:
Postar um comentário