03/12/2012
Adauto Medeiros (1)
Conforme decreto nº 7619 de 26 de outubro de 1909, Epitácio Pessoa criou o IFOCS (Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas). Como não resolveu o problema trocaram o nome para DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). A partir dai começaram as brigas politicas para sediar o cabide de emprego federal.
Hoje a sede do órgão fica em Fortaleza e recentemente deu um problema e o nosso conterrâneo foi trocado por um cearense. Agora vamos aos fatos: pelas verbas o Ceará parece ter sido o único herdeiro com a morte do velho e ineficiente IFOCS, de Epitácio Pessoa. Lá, eles construíram os açudes mais importantes do Nordeste como Castanha, Orós, General Sampaio, Banabuiú, Forquilha e tantos outros que chegam a acumular algo em torno de 10 bilhões de m³ represados.
Nós, aqui no Ri Grande do Norte, conseguimos produzir a barragem Armando Ribeiro Goncalves, no Rio Piranha com 2,4 bilhões de m³. Ora, desde o governo do senador José Agripino que instalaram um canteiro de obras da Barragem Oiticica também no Rio Piranhas-Açú. A referida barragem com 500 milhões de metros cúbicos melhoraria as reservas de água como também poderia levar água para algumas cidades do Seridó, principalmente Caicó.
Infelizmente os nossos políticos ainda não entenderam que eles deveriam ser favoráveis às águas e não contra as secas, nossa velha conhecida que se repete constantemente. No entanto, providência que é bom para minorar o sofrimento e o sacrifício dos habitantes daquela região não aparece além da crueldade que fazem com os animais.
Por falar nisso, no sofrimento dos animais, lembrei-me de uma familia que tinha um hotel para cachorros de madame e os donos fugiram para nãos serem presos pelo fato de baterem nos animais, enquanto isso nosso gado morre de sede sob os olhares indiferentes dos administradores públicos.
Entendo que as dificuldades do povo pela falta de água é que leva os mesmos a serem obrigados a trocar o voto por água – que tristeza – através dos famosos caminhões Pipa, sendo a demonstração real e palpável do abandono dos brasileiros que cometeram a teimosia de viver no semiárido nordestino. Nossos semideuses levam uma vida muito diferente dos nordestinos que apenas são lembrados no dia da eleição. Uma vergonha.
(1) Engenheiro civil e empresário. adautomedeiros@bol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário