sábado, 20 de outubro de 2012

MAIS UMA ENFIADA DE PÉ NO JACÁ, DO PT



Magu
O redator Hélio enviou-me dois emails, pedindo a este co-editor que fizesse este texto, porque tinha receio que, se desse vaza à sua irritação, no dia seguinte à publicação a polícia estaria na sua porta, esperando que eu pudesse escrever o texto sem desbordar para a ofensa pura e simples. Mas também não queria deixar de publicar a notícia.
Inicio informando que, a respeito, nosso editor publicou, em 24/05, o texto Ives Gandra Deixa Seu Recado
Pesado e delicado encargo esse, pois eu também sou visceralmente contra o sistema de cotas. Eu tenho uma razão poderosa para ser contra. Quando eu era estudante, e sempre o fui do sistema público, os alunos da época saiam do secundário (ginásio e científico) bem preparados. O sistema público era considerado melhor que o particular. Estamos falando da década de 1950 e início dos 60. Não interessava nem havia diferenças entre brancos, negros e correlatos. Lembro-me que já sabia ler no fim do primeiro ano do chamado primário. E não tive pais que me ensinassem antes de ir à escola. Também tenho ainda em mente palavras da minha mãe, quando, aos sete anos, levando-me pela mão, ela disse à diretora da escola: – Eu o eduquei até agora. Espero que sua escola continue o trabalho, e me devolva um menino de 11 anos disciplinado e pronto para seguir para o ginásio.
O poder público foi piorando, e muito, o sistema, a ponto dos alunos, hoje, saírem do secundário, 11 anos depois de iniciarem os estudos, com dificuldades sérias de interpretar textos ou construírem uma redação minimamente lógica, com um léxico acertado.
Preocupado com a baixa presença negra na faculdade de medicina, apesar do sistema de cotas já implantado e funcionando, a expressão máxima da calhordice que governa aquele Estado, ordenou que se eliminasse a nota de corte para esses cotistas. Como sempre, adotaram o sistema que apresenta resultados imediatos, sem pensar no futuro. Os meus votos são para que os cotistas se esforcem muito mas, temo que, se os alunos não tentarem suplantar suas deficiências escolares por culpa do próprio Estado, com o máximo de esforços próprios, aí sim, veremos instalado um racismo explícito, pois só conseguirão residências nos hospitais públicos e, mesmo assim, a população, sabedora da baixa exigência para os alunos de medicina, ao verem um médico negro, não quererão serem atendidos por eles. A antiga máxima ainda é válida: Quem tem cu tem medo…
Leiam os artigos do jornal do Estado:
UFRGS reduz exigência para preencher cotas raciais

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