19/10/2012
Plínio Zabeu
No mês de outubro são homenageados profissionais de duas das mais importantes atividades no país e no mundo. Todos fazem sua parte, mas devemos considerar os citados como dos mais úteis. Isso tudo vem sendo provado através dos tempos e sem dúvida o valor deles tem sido fartamente comprovado.
Em primeiro lugar evidentemente está o professor. Sem ele nada, absolutamente nada poderia ser conseguido por nação nenhuma.
Faz parte de uma tradição no Japão em que a única pessoa dispensada de se curvar perante o imperador é o professor. Sim, porque sem ele nenhum imperador poderia estar capacitado a dirigir o país.
Infelizmente nem tudo acontece como deveria. Nossos mestres vêm sendo progressivamente desconsiderados pelos governos em geral. Embora existam leis que obriguem o destino de parte considerável dos impostos para a instrução do brasileiro desde a infância, o que se nota é o declínio seguido das condições enfrentadas por eles. E isso vem acontecendo há décadas. O que não se consegue entender bem é o real motivo para tal decréscimo. Em meados do século passado a qualidade do ensino, particularmente o público e gratuito, era simplesmente fantástica. O mestre, sempre respeitado, era remunerado o suficiente para o progresso e atualização de seus conhecimentos contando ainda com a ação familiar imprescindível para boa formação do cidadão. Isso porque sempre foi entendido que a verdadeira educação começa sempre em casa, no lar. Os primeiros mestres são os pais que fazem a educação dos filhos levando em conta o valor dos mestres para o complemento da formação à custa da instrução. São fatores distintos que se somam com o tempo: Educação e Instrução.
Infelizmente o setor vem se deteriorando. Temos hoje falta de novos mestres além de muitos deles estarem afastados de suas funções por problemas de saúde, na maioria das vezes conseqüência dos seguidos estresses por que passam.
Novas leis têm sido feitas. Algumas delas de cunho totalmente demagógicos como a recentemente aprovada “lei das cotas”. Cotas raciais e destinadas aos oriundos de escolas públicas que, sem levar em conta a qualidade da formação, reservam vagas em universidades. Como será a formação dos cotistas? O tempo dirá, mas tudo leva a crer numa queda de qualidade de formação superior. Outra lei que está em fase de aprovação determina o destino de 10% de todo o PIB para a educação. Uma ótima decisão desde que fosse imediata e não para se iniciar dentro de 10 anos!!!
O outro profissional homenageado é o da saúde. O médico brasileiro faz parte do segundo setor mais importante da nação. Só que aqui também as ações não têm sido positivas como necessárias. Uma assistência de qualidade só pode ser conseguida a um alto custo financeiro, embora legalmente todos os brasileiros tenham direito a assistência gratuita. Mas o que se nota é o contrário. Um exemplo de descaso com a saúde tem sido a quantidade de leitos hospitalares do SUS: 42 mil foram desativados nos últimos 7 anos. Quando o governo é cobrado a resposta é imediata: “Faltam médicos no Brasil”. E são então abertas novas escolas de medicina completando atualmente perto de 200. Nos Estados Unidos não passam de 70. E, novamente a demagogia fala mais alto. Mais médicos, só que sem a necessária formação de qualidade. E isso acaba refletindo na remuneração do profissional que se associa ao professor quanto à desconsideração pela qualidade de seus serviços.
Os citados profissionais merecem realmente as homenagens. Mas, repetimos, merecem também mais consideração, respeito e remuneração condigna.
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