Projeto voltou à empresa dona do terreno, que terá de fazer alterações pedidas pela prefeitura
A altura da torre comercial prevista para a área doEstaleiro Só, na zona sul de Porto Alegre, poderá ter até 22 andares, a exemplo da já existente Cristal Tower, no BarraShoppingSul. O plano original da empresa proprietária do terreno previa 26 andares, e foi modificado pela Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge) da prefeitura da Capital.
Apartir de agora, a empresa proprietária da área, BM Par Empreendimentos, deverá modificar o projeto. O objetivo das alterações feitas pela Cauge, segundo a sua presidente, Rosane Zottis, é permitir uma interação maior com a orla do Guaíba. Por isso, deverá ser construído um parque, além de acessos viários, como uma ciclovia. Depois das adequações, o projeto voltará à Cauge.
"É uma área muito especial, nobre. Temos que fazer um bom projeto para a cidade, que seja um ícone na paisagem", afirmou Rosane.
Além da torre comercial, haverá um pequeno shopping no local. A loja âncora deverá ser a Leroy Merlin, de materiais de construção. Ao receber de volta o projeto, a Cauge elaborará um termo de referência para que depois a empresa busque as licenças ambientais. Conforme a BM Par, a obra só deverá começar no final do ano que vem ou no início de 2014.
Na Justiça, outra barreira ao empreendimento caiu. A juíza Deborah Coleto Assumpção de Moraes, da 10ª Vara da Fazenda Pública do Foro Regional da Tristeza, decidiu extinguir o processo que questionava a consulta popular de 2009 — que rejeitou a construção de empreendimentos residenciais, permitindo os comerciais. O resultado foi divulgado ontem.
Na decisão, a juíza questiona a formulação da ação popular contra as leis municipais que regem a situação do Pontal do Estaleiro Só, a 470/02 e a 614/09, mas ressalta não haver julgamento de mérito. Segundo a magistrada, a norma questionada "não excepciona (...) as regras que o município observa e adota para todo empreendimento em consideração, daí porque, em tese, inexiste lesão concreta, ou até mesmo potencial, ao meio ambiente".
Vereador conclama entidades ambientaisO vereador Pedro Ruas (PSOL), que tem um projeto de lei pedindo a revogação da lei 470, lamentou o avanço do processo de construção do empreendimento. Nesta quarta-feira, ele deverá pedir que a matéria seja analisada em conjunto pelas comissões da Câmara para dar agilidade aos trâmites. Ele confia em uma mobilização popular para impedir a obra:
"Isso é uma loucura, é completamente inaceitável. Mas eu acho que as entidades ambientais vão começar a se mobilizar mais, agora."
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