sábado, 29 de setembro de 2012

COBRA MANDADA


Walter Marquart
As notícias de ontem versaram sobre as declarações de Roberto Jefferson, quando saía de mais uma hospitalização que durou 9 dias, não querendo alongar a entrevista, ele foi logo dizendo: “Eu fui vitima de mim mesmo. Eu não vendi o PTB para o PT”. Os psicólogos interpretam as palavras e vão além: eles discernem as entrelinhas.
Quem seria o sujeito oculto (os sujeitos) da frase do Jefferson, ele remeteu a todos nós a ênfase (eu não fui, então…). O julgamento do mensalão chegou na reta final, deixaram os chefes da quadrilha por último, sem alívio nenhum, porque até agora só os ovos não foram condenados. Os peixes, miúdos ou médios, não tiveram marias moles aplacando as sujas dores, o que deve estar preocupando os peixes graúdos e os cobras mandadas, facilmente identificados naquela Suprema Corte. Uma música tradicionalista gaúcha, de Rui Biriva retrata as figuras de Lewandowski e do advogado do PT, aquele que Lula julgou ter amplo saber jurídico e biografia ilibada: “Dá de noite, dá de dia, vira e mexe me arrepia. Gruda mais que carrapato não adianta benzedeira, nesse mal que não tem cura”. Para o povo brasileiro regozijar-se, ele pode contar com 9 Ministros. O autor, Bezerra da Silva, também vislumbrou que o STF poderia ser enxertado com interesses políticos: “Olha aí o que eles estão dizendo, que eu sou violento e não falo de amor, que o meu repertório é só crime e até de bandido virei defensor. É cobra mandada querendo picar meu calcanhar, isso é cobra mandada querendo picar o meu calcanhar”. Não adianta os cobras mandadas fingirem que estão praticando o melhor direito, o povo que assiste, mesmo sem nenhum conhecimento de psicologia, percebe aonde querem chegar, e pior, com “panca” de professor, querem induzir os outros a acompanhá-los. Para os caboclos mineiros, a primeira letra de uma frase, antes mesmo de proferida, já a vislumbram toda; só demoram para responder, não porque não sabem, mas para assistir o esperneio de quem estava querendo fazê-lo de bobo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário