quinta-feira, 9 de agosto de 2012

OBRA-PRIMA O DIA - PINTURA Mary Cassatt - O Banho (1893)


Por seu insistente trabalho junto aos grandes colecionadores americanos, que muito ajudou os artistas franceses, Mary Cassatt foi agraciada pelo governo francês com a Legião de Honra, em 1904. Como profunda conhecedora e consultora de artes, ela ficara conhecida em seu país, mas como pintora, não. Em sua família, o nome mais importante era o de seu irmão Alexander Cassat, presidente da Estrada de Ferro da Pensilvânia, de 1899 até sua morte em 1906.
A perda do irmão a abalou muito. Uma sensibilidade à flor da pele transparece em seus trabalhos, mas ela continua a produzir. Em 1910 ela viaja ao Egito e fica impressionada com a beleza da arte antiga. Volta com uma crise de criatividade. É verdade que a viagem a deixou muito cansada, mas o fato é que ela escreve para a família “Volto esmagada pela força dessa arte. Lutei contra esse sentimento, mas como deixar que minhas pobres mãos transmitam o efeito que a beleza da arte egípcia teve sobre mim?”
Em “O Banho”, Mary Cassat usa formas circulares, como as cabeças, a bacia, assim como a jarra, e as listas do vestido da mãe para dar movimento ao seu quadro. O tema, mães cuidando dos filhos, é frequente em suas telas.


Como sempre, ela prefere a realidade à idealização, mas isso não a impede de repassar para o espectador o quanto de intimidade há entre mães e filhos. Os gestos da mãe segurando sua filha firmemente com uma das mãos e com a outra acariciando delicadamente seu pé – são naturais e emblemáticos da estreita comunicação que há entre as duas. Ambas olham na mesma direção, como se estivessem espiando, curiosas, suas figuras refletidas na água.
“O Banho” é óleo sobre tela e mede 100,3 x 66 cm

Acervo Art Institute of Chicago

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