quarta-feira, 8 de agosto de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Mary Cassatt - A Carta (1890/91)


Apesar de resolver seguir seu próprio caminho, sem adotar tendências, Mary Cassatt continuou grande amiga dos Impressionistas e chegou a usar parte dos lucros que obteve com as vendas das 11 telas que colocou na Exposição de 1879 para comprar duas telas, uma de Degas e outra de Monet.
E como já foi dito aqui, estimulou os milionários americanos a comprarem as obras do grupo. Sua amiga Louisine Elder, que se casara com Harry Havermeyer em 1883, iniciou, orientada por Mary, uma bela coleção que hoje faz parte do acervo do Metropolitan Museum of Art de Nova York.
Os últimos anos da década de 80 do século XIX foram muito criativos para Mary. Ela amadurecera e tornara-se menos brusca e mais diplomática em suas opiniões. Pintou excelentes retratos de membros de sua família e passou a mostrar seu trabalho nas galerias dos EUA.
De 1891 em diante, sua serie de gravuras em ponta-seca e aquatinta, de clara influência japonesa, fez muito sucesso. Ela interpretava o estilo japonês à sua maneira, utilizando cores pastel, delicadas, e evitando a tinta negra. A curadora de Artes Plásticas Adelyn Breeskin, considera que “hoje vemos que a contribuição mais original de Mary Cassatt para as Artes Plásticas, foram essas gravuras coloridas que acrescentam mais um capítulo à história das artes gráficas... tecnicamente, como gravuras coloridas, nunca foram superadas”.
O que prova que os anos que ela passou ao lado de Degas estudando o uso do pastel e também que as aulas do grande pintor sobre como utilizar a água-forte, lhe foram de grande valia. Os dois trabalharam lado a lado durante muito tempo e sua arte ganhou muito com essa tutelagem.
Degas fez uma série de gravuras recordando as visitas dos dois ao Louvre, como essa que mostramos aqui hoje (à esquerda).
Tudo leva a crer que Mary tenha se apaixonado por Degas, mas ela logo percebeu que não devia esperar muito da natureza inconstante e temperamental de seu amigo.


“A Carta”, ponta-seca e áqua-tinta, mostra a influência das artes gráficas japonesas na obra de Mary Cassatt. 
“Mary Cassatt na Galeria Etrusca do Louvre”, de Edgar Degas, é gravura a talho-doce de 1879/80.

Acervos: National Gallery of Art, Washington, DC  (A carta) 
               Metropolitan Museum of Art, NY (gravura de Degas)

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