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Após Rafael Barbosa acabar com o núcleo responsável pelo atendimento aos hemofílicos no Hospital de Apoio de Brasília, os portadores de doenças que dependem do tratamento recorrerão à presidente para relatar o drama vivenciado por essas mudanças
Hemofílicos aguardam há um ano que o ministro da Saúde Alexandre Padilha (centro) os recebam em audiência |
Depois de 18 meses de uma batalha entre pais, pacientes e a Secretaria de Saúde, o responsável pela pasta, Rafael Babosa, na carta convite Nº 033 /2012-GAB/SES, datada do dia 7 deste mês, comunica o fim do centro que foi premiado e apontado como referência mundial no Distrito Federal. Trata-se do Núcleo de Coagulopatias Hereditárias do Hospital de Apoio de Brasília. ...
O núcleo, que era considerado referência na América Latina, atendia pacientes que dependiam do tratamento, uma vez que os medicamentos, além de serem extremamente caros, não são oferecidos pelas drogarias e farmácias comerciais.
Insatisfeitos com a medida de Rafael Barbosa, diversos pais e pacientes procuraram a redação do blog. Aos prantos, uma mãe desabafou: “De que adiantou recorremos ao Ministério Público, Tribunal de Contas e ao Judiciário? Travamos uma luta desigual e estamos sendo humilhados, enquanto o governador Agnelo Queiroz, em quem eu votei na eleição passada, e depositei a minha esperança de dias melhores para Saúde, só se preocupa com a construção do estádio Mané Garrincha e com a construção de ciclovias.”
O outro pai desabafa: “O senhor sabia que até dezembro de 2010 não tivemos nenhum óbito de pacientes? Pois no governo de Agnelo Queiroz e de seu secretário Rafael Barbosa, que são médicos, e que têm o compromisso juramentado de defender a vida, já tivemos duas mortes? Meu Deus, a quem vamos apelar? O ano passado, quando o ministro da Saúde Alexandre Padilha esteve no Hemocentro, fizemos uma manifestação pedindo a ele uma audiência para mostrarmos o que acontecia no Distrito Federal e até hoje não recebemos nenhum telefonema. No DF, não podemos apelar para mais ninguém, só nos resta agora a presidenta da República Dilma Rousseff, pois só ela como mulher, mãe e avó poderá saber a dor que todos nós hoje estamos passando. Vamos recorrer também aos jornais, rádios e TVs e aos blogs que sempre nos ajudaram, nunca nos deram as costas quando mais precisamos”, afirmou.
“Só peço a Deus que tanto o governador Agnelo, como seu secretário que diz que é da Saúde, Rafael Barbosa, nunca venham a precisar passar pelo que nós estamos passando. Apelamos a todos que possam, nos ajudem pelo amor de Deus”, continuou, em prantos.
A mãe, que não quer se identificar por medo de represálias, de um menino de 12 anos, teme que lhe aconteça o mesmo que aconteceu com um hemofílico no dia 12 do mês passado.
Geremias Cavalcante foi a óbito no Hospital Regional do Gama com morte, ocasionada por hemorragia cerebral, tendo dado entrada naquela unidade hospitalar algumas horas antes com sintomas de dor de cabeça. A equipe médica fora avisada de que tratava-se de um paciente hemofílico.
Outro grupo de pais relatou ao blog que mapeou no Congresso Nacional diversos parlamentares que, segundo eles, serão os responsáveis por fazer chegar às mãos da presidenta da República todo o drama vivido pelos pais, dependentes e familiares que convivem com a doença, desde o início da gestão do atual secretário de Saúde, Rafael Barbosa.
Serão levadas cópias das ações ajuizadas tanto no TJDFT, quanto na Justiça Federal, além de denúncias feitas a diversos promotores de Justiça, ao Tribunal de Contas e ainda, segundo eles, a denúncia de um médico que aponta suposto desvio de sangue na rede pública de saúde.
“Não estamos num campo de concentração nazista. O tratamento de que dependemos é com recursos da área federal, por meio do Sistema Único de Saúde, e repassado para as unidades da Federação”, explicou.
“A morte do Geremias não será apenas mais um número na triste realidade estatística dos hemofílicos: será um divisor de águas para a nossa causa”, garante outro pai de um paciente.
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