quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O Ciem já dava o caminho, por Hélio Doyle


Publicado 15/08/2012 19:55

            O ensino médio vai mal no Brasil, segundo constatou o Ideb 2011, índice que mede o desempenho da educação básica. Nem precisava. A precariedade e a falta de qualidade das escolas públicas e privadas de ensino médio são notórias a olhos nus. O governo fala fazer mudanças, e poderia começar com três medidas óbvias para melhorar o ensino médio no Brasil:

          1 – Ter escolas em tempo integral, com atividades desportivas, vocacionais e cívicas além das aulas.
            2 – Reduzir o número de disciplinas obrigatórias e dar aos alunos a possibilidade de cursar disciplinas eletivas, com base no que pretendem fazer na universidade ou na vida profissional.
            3 – Melhorar os salários dos professores (que poderiam pelo menos receber o mesmo que um ascensorista ou copeira do Senado, por exemplo) e incentivar a formação de professores para o ensino médio nas universidades, dando aos alunos a possibilidade de exercer o magistério, com remuneração, ainda durante o curso de graduação.
            Não é simples e custa dinheiro fazer isso, mas é um investimento imprescindível se a educação é mesmo prioridade e se queremos alunos mais bem preparados para as universidades, para as escolas técnicas e para o mercado de trabalho.
            As três medidas já eram aplicadas na década de 1960, em Brasília, no Centro Integrado de Ensino Médio (Ciem) da Universidade de Brasília. Infelizmente o colégio fechou por ser considerado subversivo e contestador. Era revolucionário demais para a época, e hoje, mais de 40 anos depois, ainda seria, diante da mediocridade que impera nas escolas de ensino médio, inclusive nas privadas, que cobram muito caro e ensinam muito mal.   
               
O colégio da UnB, fechado nos anos 1970, fazia o que o ensino médio tem de fazer hoje para melhorar

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