LUIZ GARCIA
O Brasil tem uma guerra pela frente: briga interna, doméstica, e muito séria.
É o que que nos ensina assustador estudo realizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais. Trata-se do Mapa da Violência 2012, produzido pelo pesquisador Jacobo Waiselfisz, que revela números espantosos sobre as mortes violentas de crianças e adolescentes brasileiros em anos recentes. Principalmente porque ele mostra que esses números não param de crescer.
Em 1980, a taxa de homicídios de brasileiros com menos de 19 anos foi de 3,1 para cada cem mil crianças e adolescentes. O índice continuou a subir nos anos seguintes: em 2010, foi de 13,8. Em números absolutos, de 1981 a 2010, mais de 176 mil brasileirinhos foram assassinados.
Um dado importante é o fato de que o número de mortes violentas caiu no Rio e em São Paulo — mas cresceu muito em estados mais pobres — Alagoas, principalmente. Há explicação para isso: faz pouco mais de dez anos, foi implantado no país o Plano Nacional de Segurança Pública. Mas ele foi concentrado em estados considerados mais importantes e de maiores índices de violência, como Rio de Janeiro e São Paulo. Com resultado óbvio: a situação melhorou consideravelmente nos grandes centros, mas o resto do país foi esquecido. O que significa, simplesmente, que ainda estamos longe de ganhar essa guerra.
Em números proporcionais, Alagoas foi o que mais sofreu: a sua taxa de mortes violentas de crianças e adolescentes pulou, em dez anos, de 10 mil para 34.800 por cem mil habitantes.
É possível a chegar a duas constatações a partir dessa quantidade de números e índices. Primeiro, que o governo sabe como enfrentar o problema: está provado pelos resultados no Rio e em São Paulo. Segundo, que a violência é problema nacional. E, obviamente, ela precisa ser enfrentada no país inteiro.
Talvez exista o argumento de que não há recursos para isso. Ele pode ser respondido com a afirmação do óbvio: a longo prazo será muito mais caro — até mesmo de um ponto de vista exclusivamente financeiro — limitar a guerra aos estados onde o problema é, digamos assim, mais visível. Se continuar a existir em alguma parte do país, logo ele ignorará as divisas entre os estados.
É o que que nos ensina assustador estudo realizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais. Trata-se do Mapa da Violência 2012, produzido pelo pesquisador Jacobo Waiselfisz, que revela números espantosos sobre as mortes violentas de crianças e adolescentes brasileiros em anos recentes. Principalmente porque ele mostra que esses números não param de crescer.
Em 1980, a taxa de homicídios de brasileiros com menos de 19 anos foi de 3,1 para cada cem mil crianças e adolescentes. O índice continuou a subir nos anos seguintes: em 2010, foi de 13,8. Em números absolutos, de 1981 a 2010, mais de 176 mil brasileirinhos foram assassinados.
Um dado importante é o fato de que o número de mortes violentas caiu no Rio e em São Paulo — mas cresceu muito em estados mais pobres — Alagoas, principalmente. Há explicação para isso: faz pouco mais de dez anos, foi implantado no país o Plano Nacional de Segurança Pública. Mas ele foi concentrado em estados considerados mais importantes e de maiores índices de violência, como Rio de Janeiro e São Paulo. Com resultado óbvio: a situação melhorou consideravelmente nos grandes centros, mas o resto do país foi esquecido. O que significa, simplesmente, que ainda estamos longe de ganhar essa guerra.
Em números proporcionais, Alagoas foi o que mais sofreu: a sua taxa de mortes violentas de crianças e adolescentes pulou, em dez anos, de 10 mil para 34.800 por cem mil habitantes.
É possível a chegar a duas constatações a partir dessa quantidade de números e índices. Primeiro, que o governo sabe como enfrentar o problema: está provado pelos resultados no Rio e em São Paulo. Segundo, que a violência é problema nacional. E, obviamente, ela precisa ser enfrentada no país inteiro.
Talvez exista o argumento de que não há recursos para isso. Ele pode ser respondido com a afirmação do óbvio: a longo prazo será muito mais caro — até mesmo de um ponto de vista exclusivamente financeiro — limitar a guerra aos estados onde o problema é, digamos assim, mais visível. Se continuar a existir em alguma parte do país, logo ele ignorará as divisas entre os estados.
Publicado no Globo de hoje.
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