Muito boa esta nota publicada no blog Política & Economia na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros:
DEZ OBSERVAÇÕES SOBRE O “MENSALÃO”
A partir desta semana e, provavelmente, até o final de agosto, o noticiário estará recheado de notícias sobre o julgamento dos 38 réus acusados de um esquema de financiamento eleitoral, apoio partidário, tráfico de influência e tantos outros fatos – a Ação Penal 470.
Não estamos relacionando “tipos penais”, mas traduzindo a percepção que os crimes trazem à população. A despeito da importância do julgamento, relacionamos alguns aspectos que devem ser levados em consideração na análise da política e da economia. Vejamos:
1. É muitíssimo improvável que o julgamento influencie o andamento do mercado financeiro e de capital, a economia e os negócios;
2. O governo Dilma não se envolverá em nenhum aspecto do julgamento. O Congresso se envolverá e muito. Pode haver paralisia legislativa, motivada pelas eleições e pelo mensalão;
3. Nenhum dos réus que serão julgados tem atualmente influência junto ao governo Federal, exceto em certas áreas de interesses específicas, como é o caso do ex-ministro José Dirceu;
4. A credibilidade do STF será testada, mas não de uma forma especial. Já houve casos em que o STF contrariou a opinião pública e sua credibilidade não foi “testada” no sentido que alguns dão à palavra;
5. A credibilidade de alguns ministros do STF será testada, principalmente aqueles que tenham impedimentos relativamente ao caso;
6. O julgamento do mensalão não é nem essencialmente político e nem essencialmente “técnico”. Está revestido de múltiplos aspectos que lhe dão uma conotação “especial”, “mista”, o que desfavorece prognósticos razoáveis;
7. A imprensa estrangeira fará cerrada cobertura do julgamento e pautará a imagem do país mundo afora;
8. O PT sofrerá os efeitos políticos do julgamento, sobretudo por ser o partido do establishment político atual;
9. O resultado do julgamento e sua forma de condução farão jurisprudência relevante em casos relevantes no futuro e/ou a “competência originária” do STF será revista;
10. Ainda estão sem explicações a reunião de Nelson Jobim, Gilmar Mendes e Lula antes do mensalão, bem como o encontro de Paulo Okamoto, ligado à Lula, com Marcos Valério, a figura-mestra no esquema de financiamento do mensalão.
Que influência terão no julgamento ?
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