Na madrugada de domingo para segunda-feira, Rejaniel Santos e Sandra Domingues, catadores de papelão em São Paulo, encontraram R$ 20 mil, colocados em sacos plásticos abandonados atrás de uma árvore próxima ao viaduto onde dormem. Imediatamente, ambos entregaram o dinheiro à polícia. Logo se descobriu que as cédulas haviam sido roubadas de um restaurante, cujos donos já receberam de volta uma quantia suficiente para mudar a vida dos dois moradores de rua. Nesta terça-feira, os principais jornais do país divulgaram com destaque o episódio.
É sempre um belo exemplo. Mas há algo de errado com um país onde quem age honestamente vira notícia de primeira página. Como explicar o espanto causado por um casal de brasileiros que, a rigor, apenas fizeram o que deve ser feito?
Uma das respostas está na imagem abaixo, que registra a calorosa recepção oferecida ao companheiro José Dirceu pelos participantes do 11° Congresso da Central Única dos Trabalhadores. Dezenas deles disputaram a honra de ser fotografados ao lado do réu que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha.
“A minha mãe me ensinou que não devo roubar”, disse o trabalhador não sindicalizado Rejaniel Santos. “E que devia contar à polícia se visse alguém roubando”. Os trabalhadores filiados à CUT aprendem que todo pecador companheiro é inocente. E que o crime compensa.
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