terça-feira, 8 de maio de 2012

Ingressos encalham nas decisões de Estaduais (por Juca Kfouri)


Em média, 28,5% dos bilhetes não foram vendidos nos jogos do último domingo
POR MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS
Mais de um quarto das arquibancadas ficaram vazias nas decisões dos dez campeonatos estaduais mais importantes do Brasil -os nove que têm representantes da Série A do Brasileiro e o Ceará.
Segundo cálculo feito pela Folha com base em informações das federações, o encalhe médio de ingressos no domingo foi de 28,5%.
E a tendência é de queda. A presença de público nos quatro principais torneios estaduais (São Paulo, Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) caiu muito nas três últimas decisões de título.
Em 2010, o total de público no primeiro jogo das quatro decisões foi de 136.611 pagantes -média de 34 mil.
No ano seguinte, esse número caiu quase 20%, com um total de 109.912 pessoas.
Neste ano, outra queda, de 18,36%, com 89.731 pagantes.
O cálculo considera apenas o primeiro jogo de cada decisão. Há dois anos, como agora, havia pequenos na final: o Ipatinga em Minas e o Santo André em São Paulo.
As obras para a Copa também não servem mais de desculpa: as últimas disputas em Minas foram em Ipatinga, Sete Lagoas e no Independência. Ou seja, a comparação não é mais com o Mineirão.
Em São Paulo, os jogos de 2010 e 2011 foram no Pacaembu. Anteontem, no Morumbi.
Goiás e Atlético-GO não conseguiram lotar nem 50% do estádio Serra Dourada.
Bahia e Santa Catarina são as exceções: os espaços vazios no último domingo ficaram abaixo de 10% do total de ingressos vendidos.
JUSTIFICATIVAS
Em Minas, nem a ausência do Mineirão (em reforma para a Copa-14) pode ser citada, já que o público não conseguiu sequer encher o Independência -23 mil lugares.
“A eliminação do Atlético-MG na Copa do Brasil influenciou”, disse o presidente da federação local, Paulo Schettino. “No próximo domingo, o estádio vai encher.”
No Rio Grande do Sul, a final não teve o tradicional clássico Gre-Nal. O “intruso” Caxias tirou o Grêmio e hospedou a primeira partida da final contra o Inter.
Mas nem assim conseguiu encher o estádio Francisco Stédile: 12.042 pessoas pagaram para ver o 1 a 1.
“Somos uma cidade industrial, e aqui os trabalhadores recebem o salário hoje [ontem], portanto depois do jogo”, lamentou o presidente do Caxias, Osvaldo Voges.
Outros dirigentes lamentaram o fato de a TV aberta transmitir as finais para as cidades onde elas ocorrem.

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