Eu quero uma casa de pedra,
de paredes altas,
janelas abertas,
muros baixos,
figueiras frondosas no quintal,
frutos caídos pelo chão
de terra batida
num pátio iluminado,
onde eu possa ver o céu mudar de cor.
de paredes altas,
janelas abertas,
muros baixos,
figueiras frondosas no quintal,
frutos caídos pelo chão
de terra batida
num pátio iluminado,
onde eu possa ver o céu mudar de cor.
Eu quero a casa.
Eu quero a pedra.
Eu quero eu mesmo abrir as janelas,
deixar o sol se debruçar,
colher o doce mel do figo
com as minhas próprias mãos,
pisar com os pés descalços
o barro de onde eu vim.
Eu quero a pedra.
Eu quero eu mesmo abrir as janelas,
deixar o sol se debruçar,
colher o doce mel do figo
com as minhas próprias mãos,
pisar com os pés descalços
o barro de onde eu vim.
Minha casa vai ter jardim,
flores, muitas, mato,
cheiro de capim mulato,
canários da terra,
melros,
pintassilgos e sabiás.
flores, muitas, mato,
cheiro de capim mulato,
canários da terra,
melros,
pintassilgos e sabiás.
Todos soltos num laraiá laiá.
A casa vai ser minha
e também das minhas crianças,
e também dos meus amigos.
e também das minhas crianças,
e também dos meus amigos.
Todos vão poder chegar.
Sem precisar de convite,
sem precisar cerimônia,
sem precisar avisar.
sem precisar cerimônia,
sem precisar avisar.
Minha casa vai ser assim,
bem desse jeito que eu descrevi.
bem desse jeito que eu descrevi.
Sê bem-vindo.
Marcio Allemand é jornalista, escritor, poeta, roteirista. Escreveu o roteiro dos curtas-metragens Ausência e Trem do Samba, além do longa-metragem Histórias (documentário exibido em vários países da América Latina e Europa) sobre a tradição da oralidade. Participou da antologia Poetas Cariocas 2012 e recentemente lançou O Livro Estranho. Mantém o blog Complexo do Allemand, onde publica seus contos, crônicas e poesias.
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