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- Estrangeiras criticam falta de iniciativa de policiais após assaltos
RIO - As americanas Reanna Leitaker e Bozena Sawa não se conhecem, mas dividem a mesma opinião sobre a “falta de iniciativa” da polícia do Rio. Em momentos e locais diferentes, ambas foram assaltadas e buscaram o socorro de policiais militares e, nos dois casos, saíram decepcionadas. A californiana e consultora de contabilidade Reanna Leitaker mora no Rio há dois anos e conhece bem o problema da violência. Na última quarta-feira, ela estava com sua bicicleta quando foi atacada por cerca de 20 bandidos no Arpoador, às 14h, com uma praia cheia e bem policiada.
— Eu percebi que eles iam me atacar e tentei atravessar a rua, mas me jogaram no chão. Comecei a gritar para tentar impedir que levassem minha bicicleta, mas apenas uma mulher me ajudou. Ninguém fez nada. Em choque, eu vi uma viatura policial, contei a eles para que lado os bandidos foram, mas os policiais tomaram o caminho oposto e disseram para eu esquecer que a minha bicicleta já estava perdida. Diferentemente de mim, eles estavam muito relaxados e, depois de darem algumas voltas comigo no carro, me deixaram na 13ª DP (Posto 6) — contou Reanna, que retornou nesta sexta-feira ao local para tentar entender como num ponto tão frequentado e policiado ninguém fez nada ao ver um assalto acontecendo. — Isso foi o que me deixou mais chateada.
Na primeira vez em que Reanna veio ao Rio, roubaram-lhe o celular. Já acostumada com a cidade, ela passou a evitar determinados locais e horários. Há sete meses, comprou nos Estados Unidos a bicicleta que usava como meio de transporte e lazer:
— Andava com ela na Vista Chinesa, na Lagoa, usava para ir à praia. Como a bicicleta é cara, evitava usar à noite. Por isso mesmo estou inconformada. Como alguém pode ser assaltado numa área tão policiada e nada acontecer? Eu realmente não consigo entender isso — afirmou Reanna.
Delegacia diz que vai investigar
Só nesta sexta-feira, depois que o caso foi revelado pelo site G1, policiais da Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat) ligaram para ela para informar que iam investigar o crime.
Já a jornalista nova-iorquina Bozena Sawa foi assaltada em outubro passado, quando retornava para o hotel onde estava hospedada, na Rua Candido Mendes, na Glória. Ela estava no Brasil a trabalho e já tinha passado pelas cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Curitiba, Foz do Iguaçu, Brasília e Salvador, fazendo entrevistas, fotos e vídeos. Foi justamente no último destino, o Rio de Janeiro, que ela perdeu tudo que tinha para um grupo de menores que a atacou a poucos metros do hotel, por volta das 20h.
“Eu dei à polícia todas as informações, mas não sei se fizeram alguma coisa. A polícia não cooperou comigo. Obviamente, eles não se importam”, contou, numa carta enviada ao jornal através de um amigo.
Depois do assalto, Bozena acionou o consulado americano, para conseguir um novo passaporte e retornar a Nova York. Agora, refeita, ela tenta conseguir pelo menos recuperar o trabalho perdido.
— Eu gostaria que me fosse devolvido o cartão de memória com as fotos e os arquivos do trabalho. Afinal, não têm valor comercial para eles revenderem — explicou.
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