Augusto Nunes
Em agosto de 2010, no comício de inauguração de quatro prédios da Universidade Federal de Dourados, em Mato Grosso do Sul, Lula também reinaugurou a bazófia que se transformaria, de lá para cá, num dos seus mantras prediletos: “No meu último dia de presidente, eu vou olhar para mim e dizer que não tenho curso superior, mas fui o presidente que mais abriu universidade no Brasil”. Depende do critério utilizado.
Se o que vale é quantidade, o palanque ambulante tem razão. Na última década, o número de matrículas em cursos superiores dobrou. Entre 2011 e 2012, 867 mil brasileiros se formaram por alguma faculdade. Baseada no critério da qualidade, adotado por quem tem mais de cinco neurônios, uma reportagem publicada pelo site da BBC acaba de implodir a gabolice do maior dos governantes desde Tomé de Souza.
Sob o título ‘Geração do diploma’ lota faculdades, mas decepciona empresários, o texto enfileira informações estarrecedoras. Uma delas: segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope, o índice de anafalbetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%. ”Isso significa que quatro em cada dez universitários até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações”, espanta-se o redator da BBC.
“Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas”, prossegue o desfile de assombros. “De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu de 76% para 62%. E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda, prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM”.
O que o pai do Brasil Maravilha chama de universidade, vista de perto, é só uma fábrica de lulas com diploma de doutor.
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