08/07/2013
Adauto Medeiros (*)
Há meio século mais ou menos, quatro famílias disputam e dividem o poder no Rio Grande do Norte, e com isso podemos dizer que estão até hoje gastando o dinheiro de todos nós, o dinheiro do contribuinte, e tem dado como contrapartida muito, mais muito pouco para a sociedade, a grande maioria do nosso povo, sendo beneficiada apenas uma minoria que tem relações com essas famílias. Que tipo de regime é esse comandado por famílias? Que tipo?
Eles nos transformaram na verdade, em um principado (não o de Mônaco) e sim da Idade Média. Na Idade Média o príncipe (basta lembrar a obra de Maquiavel “O Príncipe”) era quem decidia tudo, até mesmo qual a religião que os súditos deveriam ter. Ora, tais procedimentos entre nós, resultaram em atraso e nos atrasaram em relação a outros estados do Nordeste que optaram pela democracia.
Aqui temos um regime político em que pai, filho, neto, bisneto se sucedem no trono. Até onde o povo agüentará tudo isso? Até onde iremos agüentar mais uma família no poder se tornando com certeza a grande beneficiada?
O mais interessante é que os fatos mostram que essas famílias moram em palácios aqui ou em Brasília ou mesmo em férias permanente na Riviera Francesa ou em Miami. O interessante é que eles, os membros dessas famílias, conhecem o mundo melhor que o bairro do Alecrim, pois sempre estão em viagens de férias para o exterior, ou em missão oficial. Eles nunca viram uma seca. Talvez sequer saibam o que de fato é viver debaixo de uma seca.
E mais: pelos enormes privilégios que tem, que dispõem, eles nunca foram a um hospital no Rio Grande do Norte, e os filhos deles estudam sempre fora do RN ou mesmo do país, porque ninguém melhor do que eles para sabe a qualidade do nosso ensino (ou da nossa saúde, segurança) e assim caminhamos para o caos. Ou melhor, para aumentar o caos, porque nunca saímos dele.
Ora diante desse quadro, não é preciso dizer que precisamos fazer com urgência uma mudança profunda nesse quadro. Para darmos um exemplo basta dizermos que agora a tão falada mobilidade é um exemplo dos mais gritantes em que pouco foi feito. Claro que os estádios de futebol serão entregues.
No Brasil e conseqüentemente no estado do Rio Grande do Norte há dinheiro para tudo, menos para o nosso desenvolvimento. O país para essa gente não existe. No Brasil é claro que cidadão e classe política caminham em sentidos contrários. Diante dos manifestos das ruas, fica claro que precisamos de reformas urgentes e não de plebiscito. O que a sociedade necessita é melhores condições de educação, saúde, segurança e não de plebiscito.
É bom saber que se tudo fosse resolvido com a Copa do Mundo de Futebol, ou seja, se tudo fosse feito, ainda assim precisaríamos de mais 20 anos para ter um resultado satisfatório. Mas os políticos continuam com suas discussões bizantinas. A nossa classe politica, parafraseando o que disse certa vez o grande Winston Churchuil , infelizmente não pensa na próxima geração e sim na próxima eleição. Até quando, senhor?
(*) Engenheiro civil e empresário. adautomedeiros@bol.com.br
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