Augusto Nunes
Um destacamento comandado pelo general Rui Falcão é tão apavorante quanto bandido de chanchada, avisou o título do post de 6 de setembro de 2012. Naquele dia, indignado com a condenação do mensaleiro João Paulo Cunha pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente do PT ameaçara aumentar a população flutuante de todos os municípios do Brasil com a mobilização dos militantes do partido. As tropas aquarteladas na cabeça do comandante fizeram a primeira aparição pública só na tarde desta quinta-feira, quando tentaram engrossar a manifestação de protesto em São Paulo. A julgar pelas dimensões do desastre, nunca mais entrarão em ação.
Armados de bandeiras vermelhas, os 150 companheiros combatentes demoraram meia hora para bater em retirada, assustados com a ira da multidão hostil ao PT. O chefe não deu as caras no front. Entrincheirado num esconderijo, travou uma patética batalha contra a verdade: fez o que pôde para afingir que não foi ele o pai da ideia de jerico que resultou no fiasco formidável. A performance do general poltrão só serviu para conferir contornos proféticos ao texto publicado há nove meses.
Confiram. Volto no fim:
Sempre orientados pelo Chefe Supremo, o comandante José Dirceu e o general Rui Falcão ─ inquietos com a condenação do tenente João Paulo Cunha ─ reiteraram a ameaça: se a população carcerária continuar incorporando bandidos de estimação, os dois oficiais de Lula mobilizarão o exército companheiro para afastá-los da rota da cadeia. Pelos rosnados da dupla, pode ser o prelúdio da ofensiva final contra a elite reacionária e a mídia golpista, agora acusadas de induzir o Supremo Tribunal Federal a aplicar a lei no julgamento dos mensaleiros.
Nesta segunda-feira, o presidente do PT aproveitou o velório político de João Paulo Cunha, disfarçado de festa de lançamento do novo candidato do partido a prefeito de Osasco, para retomar a discurseira beligerante. Primeiro, qualificou os ministros do Supremo de “instrumentos de poder” a serviço de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”. Em seguida, avisou que está em curso outra tentativa de golpe contra Lula e Dilma Rousseff. Como impedir a consumação da trama que, segundo Falcão, foi costurada pelas mesmas figuras que “arquitetaram a farsa do mensalão”?
Ele mesmo declamou a resposta: convocando para a guerra “a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares e os partidos políticos do campo progressista”. Se o novo presidente da CUT não mentiu de novo, a sigla que identifica um viveiro de pelegos começou a recrutar combatentes no começo de julho. A primeira leva já havia juntado uns três ou quatro. Ainda estavam no aquecimento, mas prontos para engajar-se na Revolta dos Mensaleiros caso o STF optasse por um “julgamento político”. Fardado com o inevitável paletó escuro, cujas dimensões informam que o dono se acha mais alto e parrudo do que é, o stalinista com jeitão de agente funerário caprichou na bazófia: “Não mexam com o PT. Porque quando o PT é provocado ele cresce e reage”.
Cresce coisa nenhuma. Reage coisa nenhuma. Tropas lideradas pelo guerrilheiro de festim só conseguiriam matar de rir os inimigos. Um destacamento sob a chefia do general da banda Rui Falcão seria tão amedrontador quanto bandido de chanchada. Para barrar o avanço dos soldados do Movimento Pró-Corrupção, basta colocar no meio do caminho a foto em tamanho natural de um fuzileiro naval americano. Duas fotos fariam os guerreiros de araque recuar em desabalada carreira.
Graças a Rui Falcão, agora se sabe que o colossal exército do PT se resume a uma brigada de dimensões insuficientes para eleger um vereador. Também se descobriu que fotografias de marines são dispensáveis. Basta berrar aos soldados companheiros que caiam fora do front.
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