Ricardo Noblat
De um cinismo extraordinário, esse Renan Calheiros.
Como presidente do Senado, acaba de repetir que será a última vez que o Senado votará uma Medida Provisória sem tempo hábil para examiná-la.
Ou seja: votará no escuro, sem conhecê-la direito, sem saber o que ela carrega de bom ou de ruim, de certo ou de errado.
Referia-se à MP dos Portos, aprovada na Câmara esta madrugada, e que caducará se não for aprovada até à meia-noite de hoje.
Na semana passada, os senadores da turma do governo agradeceram a boa vontade dos colegas da oposição que se prontificaram a votar duas outras Medidas Provisórias sem discuti-las em pelo menos duas sessões, conforme mandava acordo firmado em 2003 por todos os líderes de partidos.
No ano passado, como presidente do Senado, José Sarney repetiu o que disse Renan há pouco: "Será a última vez, a última vez. Prometo".
Os senadores que apóiam o governo se agarram desesperadamente à palavra de Renan para justificar sua decisão de votar, como quer o governo.
Em tempo: há pouco, Renan chamou de "aberração" o fato de os senadores votarem o que não tiveram tempo para conhecer.
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