segunda-feira, 20 de maio de 2013

COLUNA DA BEFANA




immagine%20BefanaMARECHAL HERMES
Fabiana Sanmartini
Pode parecer que a Befana esta escrevendo sobre uma história mais nova, digamos. Mas me parece que não deva passar batido os 100 anos do bairro projetado para moradia de operários (1º/5/1913).
Especificamente residencial com todo conforto que o trabalhador precisa nas 1.350 edificações. Ruas largas, verdadeiras alamedas, amplamente arborizadas, escolas profissionalizantes masculinas e femininas, creches, bibliotecas, praças poliesportivas, teatros, serviços públicos, hospitais, para isso o então presidente do Brasil, Marechal Hermes da Fonseca, destinou a pequena fortuna de 11 mil contos de réis. Ficou a cargo do Engenheiro Palmyro Serra Pulcheiro a execução da planta.maler
Ao final do seu governo Marechal Hermes, em 1914, o projeto dos sonhos foi abandonado com apenas 165 construções concluídas e assim os operários construíram suas casas a moda de cada
um, tornando-se  conhecido como “Pequeno Portugal”.
A prioridade era dos desabrigados do Morro do Castelo, o que não ocorreu, e para nossa surpresa na política nacional, a preferência passou a ser dos funcionários públicos apadrinhados.
As ruas foram abertas em torno da Praça Montese que fica em frente à estação Marechal Hermes da Estrada de Ferro da Central do Brasil inaugurada em 1913, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico.
Arcos de aço fundido, tijolos maciços, telhas francesas e quatro fachadas, lembram a arquitetura das estações inglesas.
Pelos anos 30, Getúlio Vargas, então presidente, modifica o nome das ruas para homenagear militares, constrói conjuntos habitacionais, ignorando definitivamente o projeto original.
A saúde pública, hoje, fica por conta do Hospital Carlos Chagas e da Maternidade Alexander Flaming. Na parte de educação exista a escola Técnica Visconde de Mauá que faz parte da FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica  do Rio de Janeiro). O lazer ficará sob  responsabilidade do Teatro Armando Gonzaga, em vias de ser reaberto…dizem…aguardemos…
Isso não chega a ser problema, quando a quantidade de eventos de rua é tão são muito volumosos nesse subúrbio carioca. Onde podem-se curtir   bares, pizzarias, pastelarias, com recheios do absolutamente tudo que se posa pensar.
O esporte esta garantido pela Estrela Solitária, sede formadora de novos craques do Botafogo de Futebol e Regatas, o que deve estar dando certo, visto que o alvinegro foi campeão da Taça Guanabara.
Assim, meio tragicamente, abandonado a própria sorte, como praticamente todo subúrbio, já que lá os turistas não vão, decai o 3º bairro operário, projetado no Brasil. Quem me conta muitas histórias
locais é minha sogra, a professora Marilene Marinho, que saudosa da infância e adolescência vivida por lá, lamenta,  não poder mostrar aos netos.
Infelizmente,  o que ficou do projeto inicial é o eterno “deixa pra lá” de um governo para o outro, onde o maior lesado sempre é o povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário