Carlos Newton
Os jornais divulgaram que a oposição pediu à Casa Civil uma cópia da sindicância que apurou denúncias envolvendo a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, companheira de viagens do então presidente Lula em vistas oficiais a 32 países, sempre na ausência da primeira-dama, Marisa Letícia. Como se sabe, Rosemary foi indiciada pela Polícia Federal por formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência em órgãos governamentais para obter benefícios financeiros.
A tal sindicância foi aberta por decisão da Casa Civil e realizada em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU). A principal acusação que fazem, segundo a “Veja”, é o “tratamento especial” dado a Rosemary durante viagem particular a Roma. Ela e o marido ficaram hospedados na embaixada brasileira, localizada na Piazza Navona, um dos mais luxuosos endereços da cidade.
Segundo a revista, a sindicância apontou irregularidades e mapeou uma rede de favores e tráfico de influência exercido por Rosemary quando ela chefiava o escritório da Presidência em São Paulo. A apuração determinada pela Casa Civil teria rastreado anormalidades na evolução patrimonial da acusada e recomendado que ela seja investigada por enriquecimento ilícito.
A oposição afirma temer que o governo se atenha ao episódio em que Rosemary se hospedou na embaixada, e deixe de investigar fatos mais graves que comprovem o tráfico de influência exercido por ela. O Palácio do Planalto e o Itamaraty, até o momento, não comentaram o teor do relatório da Casa Civil.
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VAZAMENTOS PROPOSITAIS
O mais incrível é que a imprensa e a oposição ainda não tenham se conscientizado da briga entre as facções de Dilma Rousseff e de Lula, que agita os bastidores do poder e do PT.
Não percebem que todas as novidades sobre o caso de Rosemary foram vazadas propositadamente pelo Planalto. E tudo que se divulga de ruim sobre Rosemary, é claro, atinge diretamente a imagem de Lula. Portanto, o vazamento proposital dessas informações demonstra que não há mais respeito nem consideração entre as duas facções petistas. Muito pelo contrário. Fica patente que o Planalto (leia-se: a ala de Dilma) quer atingir Lula ao máximo, para inviabilizar qualquer possibilidade dele vir a disputar com Dilma a candidatura pelo PT.
A ofensiva do Planalto contra Rosemary/Lula está sendo implacável e bem planejada. Numa semana, o Planalto anunciou que a Comissão de Ética da Presidência iria apurar as implicações da Operação Porto Seguro. Na outra semana, o governo vazou a informação de que Rose já tinha sido objeto de uma investigação solicitada pela ministra-chefe da Casa Civil.
Tudo muito estranho, porque é o PT querendo destruir o PT, e o Planalto vazou que a ministra Gleisi Hoffmann, ao ler o relatório, não hesitou em determinar a instauração de um processo administrativo contra Rose, recomendando também que o Itamaraty apurasse o episódio.
Caramba! De repente o Planalto passou a ser rigorosíssimo com a corrupção, e também vazou que, com apoio da Controladoria-Geral da União, “técnicos do governo apuraram que a ex-chefe do Gabinete da Presidência da República não foi a Roma a trabalho”, quando se hospedou na Embaixada com o marido. E tais “técnicos” até recomendaram que Rosemary fosse investigada por suspeita de enriquecimento ilícito.
E como fica Lula nisso tudo? O ex-presidente não dá uma palavra, não faz nenhum movimento. Mas é claro que vai contra-atacar. Vai ser divertido.
NÃO PERCA AMANHÃ:
O silêncio de Lula é ensurdecedor…
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