19/04/2013
Giulio Sanmartini
José Dirceu deu bom dia a cavalo, quando falou como um burro.
O poderoso ex-ministro da casa civil, reduzido a um relés condenado à pena de dez anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, quis sair dessa situação atirando, mas, como sói, acabou fazendo uma cagada de cabo de esquadra.
Ele, em entrevista, acusou o ministro Luiz Fux de tê-lo “assediado moralmente”, quando era ainda ministro do Superior Tribunal de Justiça STJ, desejando ir para o STF (Supremo Tribunal Federal), e que sem ele ter pedido nada, prometera absolvê-lo. ( Leia mais: Fux disse que ia me absolver’, ).
Todavia essas acusações refletiram muito mal no Palácio do Planalto, pois expuseram a presidente dar margem a interpretações de que ela cedeu a pressões de seu partido na nomeação à corte. Outra queixa é que a entrevista ocorreu na semana em que o governo planejava concluir a escolha do sucessor de Carlos Ayres Brito, recentemente aposentado do Supremo.
Petistas relatavam que Dilma teria ficado irritada com a entrevista, mas assessores afirmam que ela não se manifestou. Alguns ponderaram, entretanto, que a fala foi “desastrosa”.
Todos questionavam a conveniência das declarações para a estratégia de defesa de Dirceu, pois poderia provocar a solidariedade dos demais ministros ao colega. Auxiliares da presidente chegaram a dizer que a chefe herdou de Lula a indicação de Fux, mas que, mesmo assim, o Planalto foi cobrado quando o ministro votou contra petistas.
Dirceu que parece ter perdido sua capacidade de entender a diferença entre realidade e fantasia, não se dá por achado, afirmou nesta quinta-feira, ao desembarcar em Teresina, onde irá conversar com petistas sobre a conjuntura nacional, que vai recorrer da decisão do STF no Tribunal Internacional Penal, em San José da Costa Rica, e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Sugiro que ele se queixe com alguém mais útil; Jeane Mary Córner, a grã cafetina da Capital Federal.
Oh! Dirceu não encha o saco, “va a fotterti” (acho que não precisa de tradução)
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