Daniela Demartini, diretora de gestão de pessoas da Lopes Royal Investimentos Imobiliários, diz ser notória a redução de aventureiros na profissão. Aqueles que ingressam na atividade buscam um trabalho sério e fixo, e um dos motivos para essa mudança é a remuneração. “De três anos para cá, é muito maior o número de pessoas que deixam carreiras para entrar no ramo e permanecem em definitivo. Há casos até de aposentados que apostaram na corretagem”, destaca. Em contrapartida, há quem não dê conta do recado e precise ir em busca de outra atividade.
Outra preocupação da empresa é no preparo daqueles que não têm experiência mas demonstram interesse na profissão. “Hoje recebemos pessoas que nunca trabalharam na área. Com eles, temos um cuidado específico de preparar para o mercado, promovendo palestras e oferecendo a universidade que treina e capacita. Nossa preocupação é formar pessoas com interesse e determinação necessários”, alerta. Além disso, a diretora ressalta: “O sucesso no setor está no interesse, na boa vontade e na garra”.
Mulheres conquistam espaço no mercado
Daniela Demartini conta que a chegada das mulheres foi bastante relevante para as instituições da construção civil. “Podemos dizer que o diferencial ocorreu de uns sete anos para cá. Desde esse período elas realmente começaram a competir de verdade com os homens no que diz respeito a resultados. Nosso quadro de corretores é 46% formado por mulheres”, contabiliza.
A bacharel em direito Marcela Arruda abriu mão da carreira jurídica para entrar no setor da corretagem. Ela conta que o fato de ser mulher não atrapalhou na profissão. “O sucesso só vem com muita dedicação e trabalho. Depende só de você”, recomenda. Daniela Demartini, por sua vez, percebeu que homens e mulheres estavam em um número nivelado. A diferença foi no desenvolvimento do trabalho da mulher que se profissionalizou mais, sendo mais organizada e dedicada, e por isso conseguindo alcançar melhores resultados figurando sempre entre os campeões. “Acredito que a mulher consiga se destacar por ser mais dedicada. Nós nos atemos muito mais aos detalhes e isso faz total diferença na hora de vender um imóvel”, pondera.
Alcançado o sucesso profissional, ela garante que a carreira escolhida lhe trouxe benefícios e satisfação. “Foi no mercado imobiliário que fiz minha estabilidade financeira. Tenho um padrão excelente de vida, carro novo, viagens, tudo proporcionado pelo meu trabalho”, conta, satisfeita. Além disso, Marcela foi promovida devido ao bom desempenho. Está ha quatro anos à frente de uma equipe de vendas, na qual auxilia com toda a experiência para cerca de 30 corretores de imóveis.
Cenário favorece o exercício profissional
As condições mercadológicas são favoráveis para o ramo. João Teodoro, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), lembra que, de cinco anos para cá, houve uma mudança significativa no mercado: a área tornou atraente às pessoas com qualificação. Isso fez com que aqueles descapacitados fossem em busca de preparo para não ficarem para trás. “Houve uma modificação visível nos últimos anos. Hoje a qualidade do serviço está bem maior, pois o cenário imobiliário pede isso”, observa João Teodoro.
Em 1978 foi regulamentado que, para atuar no setor, era preciso o antigo segundo grau completo, hoje chamado de ensino médio. A meta era fazer com que em cinco ou seis anos fosse exigido um curso superior para todos os profissionais da área. A chegada de pessoas jovens também é notável na profissão. Há 15 anos, a idade média desses profissionais era de 51 anos. Hoje, a faixa etária é de 35. Teodoro destaca que os jovens são mais aceitos na tecnologia, o que consequentemente muda o perfil de atuação do profissional.
Por: NATALIA RABELO
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