O MEC, por intermédio do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), julga estar lidando com um bando de idiotas. Em muitos casos, é mesmo verdade. Afinal, o Enem, com todos os seus absurdos, a despeito de todas as suas barbaridades (e não só na prova de redação), é tratado como um sucesso, não é mesmo? No extremo da imbecilidade, há até quem saúde o “fim do vestibular”, como se o Enem fosse outra coisa… É o maior vestibular da Terra — só que mais incompetente do que a larga maioria.
Agora o Inep anuncia que vai mudar a regra e passará a zerar redações que apelem a brincadeiras no corpo do texto. Trata-se de uma medida trapaceira, que pode até mesmo provocar novas injustiças. A turma de Aloizio Mercadante, o ministro da tese-miojo, está tentando enganar a plateia. Esse critério já existe. Há cinco razões que podem zerar uma redação. Prestem atenção à primeira:
Razão 1 – Não atender à proposta solicitada ou apresentar outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo.
Razão 2 – Deixar a folha de redação em branco.
Razão 3 – Escrever menos de sete linhas na folha de redação, o que configura “texto insuficiente”. Linhas com cópias do texto de apoio fornecido no caderno de questões não são consideradas na contagem do número mínimo de linhas.
Razão 4 – Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação.
Razão 5 – Desrespeitar os direitos humanos.
Razão 1 – Não atender à proposta solicitada ou apresentar outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo.
Razão 2 – Deixar a folha de redação em branco.
Razão 3 – Escrever menos de sete linhas na folha de redação, o que configura “texto insuficiente”. Linhas com cópias do texto de apoio fornecido no caderno de questões não são consideradas na contagem do número mínimo de linhas.
Razão 4 – Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação.
Razão 5 – Desrespeitar os direitos humanos.
Do modo como a correção é xucra, dada a forma como é selecionada a mão de obra, essa “nova orientação” poderia até mesmo acabar punindo o aluno que faz uma citação pertinente, ainda que engraçada.
O MEC está fazendo de conta que não entendeu o problema — mas entendeu e não tem resposta para ele. E o nome do problema é “qualidade da correção”. Está na cara que as redações com a receita de miojo e o Hino do Palmeiras não foram nem mesmo lidas. Bateram o olho do primeiro e no último parágrafos e pimba! Tascaram a nota do candidato.
Que resposta terá o Inep para as redações que obtiveram a pontuação máxima, mesmo a apelando a delicadezas como “enchergar”, “trousse” e “rasoavel”? Nesse caso, há uma hipótese ainda mais grave do que ler apenas o primeiro e o último parágrafos: o próprio corretor não conhecer a norma culta.
É plausível? É mais do que plausível! É muito possível. Vejam post há pouco publicado com o testemunho de um professora gaúcha, contratada para fazer a correção. Ela informa que não houve processo nenhum de seleção, nada! Tudo funciona na base do “QI”, do “Quem Indica”. Depois, há um treinamento mixuruca feito pela Internet. Na única reunião “presencial” (como eu detesto essa palavra, hoje empregada por 11 entre 10 pilantras que lidam com educação!; não nem todo mundo que a emprega é pilantra), os corretores foram orientados a pegar leve, incitados, claramente, a mascarar os resultados.
É com esse rigor científico que o ministro da tese-miojo pretende promover uma revolução no currículo do ensino médio. Não que o sistema não deva passar por correções de rumo e coisa e tal. Ocorre que há questões relevante não-respondidas:
a: é essa a prioridade?;
b: o governo federal dispõe de massa crítica para tanto?;
c: o saber gerado pelo Enem serve de norte?
a: é essa a prioridade?;
b: o governo federal dispõe de massa crítica para tanto?;
c: o saber gerado pelo Enem serve de norte?
Já nem digo que os desastres na educação estão sendo produzidos sob o silêncio cúmplice da maioria dos especialistas porque, nessa área, a maioria dos especialistas está orientada por critérios exclusivamente ideológicos. O Brasil deve ser o único país do mundo em que a educação ainda é vista como campo principal da luta de classes. Em vez de se criarem as condições, então, para que os pobres ascendam intelectualmente, por intermédio de políticas de qualificação, busca-se a aplicação de mecanismos de “justiça social”. Nem na Cuba comunista é assim… E, sim, há alguns poucos que têm alertado para os desatinos. Estão certos, mas não encontram eco político para a sua crítica.
O resultado é esse que estamos vendo, ano após ano. São inúmeros os países que saíram do atraso — não da linha da miséria dos R$ 70… — tendo a educação como um dos instrumentos da grande virada. Não foi o único, é certo. Na atual batida, é evidente que isso não acontecerá com o Brasil. Há dez anos no poder, o PT se ocupa em produzir números vistosos para sair exibindo por aí. São monumentalidades ocas.
Pior: estão sendo criadas amarras que nos roubam também o futuro.
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