quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

OBRA-PRIMA DO DIA - ENGENHARIA As Termas de Caracalla em Roma (216 d.C)


Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
8.1.2013
 | 12h00m

As casas Romanas eram abastecidas com água transportada por canos de chumbo. As taxas sobre esses canos dependiam de seu tamanho o que levava os proprietários a colocarem o menor cano que pudesse abastecê-las com o suprimento mínimo de água essencial à vida.
Nada que rivalizasse com as termas, pois. Portanto, para sua higiene pessoal, as pessoas procuravam as termas mais próximas de suas casas.
Aos poucos, essas casas de banho foram ampliando suas atividades e se transformaram no que hoje poderíamos chamar de clubes. Havia muitos e variados tipos: serviam como ponto de encontro, para funções sociais e comunitárias. Ali os frequentadores podiam relaxar, cuidar de sua higiene e ficar sabendo das últimas novidades.
Nas grandes e mais importantes, havia bibliotecas e as célebres exedras, espaços próprios para debates e reuniões.  
Tomar um banho não era coisa simples. Havia os banhos frios (frigidarium), os mornos (tepidarium) e os quentes (caldarium). A pessoa podia usar um só tipo, como passar pelos três antes de se dar por satisfeita. Termas maiores contavam com um espaço para exercícios e treinamento dos atletas(a palaestra), uma piscina (ounatatio) e um ginásio.
A construção das termas não era assunto simples de resolver. Eram necessárias excelentes noções de engenharia.

Foto de um hipocausto nas Termas de Gijón, Astúrias, Espanha
Para esquentar a água era preciso uma fornalha e um sistema hipocausto (foto acima). O que é isso? A palavra, de origem grega, define o ar aquecido na fornalha que ficava no subsolo e que circulando alcançava o andar térreo através de alguns tijolos perfurados colocados nas paredes e outros, maiores, como se fossem bancos, espalhados pelo piso. 
 (a continuar amanhã)

 

As Termas Antonianas, um dos maiores e mais bem conservados complexos termais da antiguidade, foram erguidas na parte meridional de Roma por iniciativa do imperador Caracalla, que inaugurou o edifício central em 216 d.C. A foto acima é da maquete das Termas de Caracalla.
A planta retangular é típica das grandes termas imperiais. Do prédio central se tinha acesso, em sequência, ao caldarium, ao tepidarium, ao frigidarium e à piscina ounatatio.


Dos dois lados desse eixo central ficavam as palaestras. Dessas podia-se passar a outros ambientes: salas de estudo e de debates, inclusive.


As Termas de Caracala podiam acolher mais de 1.500 pessoas de uma só vez, num edifício que media 337 x 328 m; o prédio central media 220 x114 metros.
A água vinha de uma bifurcação do aqueduto Acqua Marcia, chamado Acqua Antoniana. Restaurado muitas vezes, o funcionamento da canalização só parou em 537 d.C. 


Caracalla é das raras termas em que é possível reconstituir, ao menos em parte, a decoração original. Os textos encontrados, que serviram de base para os estudos arqueológicos, mencionam colunas em mármore, pisos em mosaicos de mármore oriental em diversas cores, mosaicos de pasta de vidro, paredes recobertas por pedra mármore, estucos pintados e centenas de estátuas colossais, seja em nichos, nas salas principais ou nos jardins. A foto acima é um exemplo de como devia ser um do salões de Caracalla. 

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