segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Henrique Eduardo Alves imita Temer e promete acabar com a imagem de vagabundagem dos deputados, o que realmente é missão impossível



Carlos Newton
As eleições para as presidências da Câmara e do Senado estão ficando cada vez mais patéticas, a ponto de o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) prometer usar a TV Câmara para acabar com a imagem de “vagabundagem dos deputados” no país.
“Ela [TV] precisa acompanhar os parlamentares nos finais de semana, para que eu não veja mais fotos nas sextas e segundas-feiras do plenário vazio, dando imagem de que é vagabundagem dos deputados, e não é”, disse o parlamentar em Salvador, onde foi buscar a confirmação do apoio de 32 dos 39 deputados federais baianos, vejam como um político comprovadamente como Alves, denunciado por evasão de divisas pela própria ex-mulher, é festejado e prestigiado por seus pares.
A promessa é totalmente furada e também foi feita pelo então deputado Michel Temer (PMDB-SP), quando fazia campanha para presidir a Câmara no governo FHC. Era tudo conversa fiada, porque a TV Câmara não tem verbas nem equipes de reportagem para enviar a todos os Estados com a missão de “acompanhar os deputados trabalhando em suas bases”, como propõe demagogicamente Henrique Eduardo Alves.
Temer disse à época que a medida não geraria “cabide de empregos” nem seria dispendiosa, graças a possíveis convênios com TVs de Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, que também não têm recursos financeiros nem equipes sobrando.
FRACASSO TOTAL
Diante da impossibilidade de cumprir a promessa de Temer, a direção da TV Câmara então pediu para os deputados produzirem seu próprio material, que seria editado pela emissora. Segundo a Folha, em quatro anos, só um parlamentar enviou material, mas sua reportagem jamais foi transmitida.
O diretor de divulgação da TV Câmara, Sérgio Chacon, disse à Folha que o deslocamento de uma equipe no fim de semana é caro. Citou ainda como dificuldade o fato de congressistas alterarem suas agendas com frequência.
“A Câmara é muito rígida com os gastos, tem que fazer uma série de justificativas. Ainda tem problema de ordem ético, porque não pode fazer um negócio que beneficie apenas alguns. Tudo aqui se pauta pela proporcionalidade partidária, e teríamos dificuldade de compatibilizar com as viagens”, disse.
Traduzindo: a irresponsabilidade e a demagogia barata continuam a predominar na eleição para a presidência da Câmara. E no Senado, com Renan Calheiros (PMDB-AL) já praticamente eleito por antecipação, a realidade é a mesma. Inacreditavelmente.

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