O jornalista, tradutor e poeta gaúcho Mário de Miranda Quintana (1906-1994) expressa no poema “O Tempo” o nosso viver cotidiano desde o nascimento atá a morte. No primeiro verso, o autor retrata como a vida é vivida com obrigação, que serve como aprendizado, ao identificá-la com o dever de casa. Que na maioria das vezes tem que ser feito, mas não é algo desejável. Às vezes, vão sendo deixados para depois, até que não podemos fazê-lo ao tempo propício. Assim, também agimos em nossas vidas com nossos desejos e vontades.
Há versos sempre iniciados com “Quando se vê”, para enfatizar que o tempo passa inevitavelmente. No oitavo verso “Agora é tarde demais para ser reprovado”… encontramos uma comparação subentendida do fato que a vida, apesar de ser como um dever de casa, não temos uma segunda chance, não podemos repeti-la como acontece com a formação escolar.
Na vida não somos reprovados, no que diz respeito ao tempo, que não se repetirá. Não é possível voltar atrás.
Quintana retrata o lamento de não ter vivido de forma diferente. Em casca dourada e inútil das horas nos remetemos ao ditado de que tempo é dinheiro. O que nos leva a priorizar somente o trabalho e não dispormos de tempo para fazer o que gostamos.
Encontramos conselhos para fazermos diferente do que o homem faz habitualmente, temos que fazer o que almejamos hoje, sem nunca deixar para depois. Pois o tempo passa, a velhice se aproxima e o fim da vida chega, tudo isso é inevitável
O TEMPO
Mário Quintana
Mário Quintana
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
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