quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cartas de Paris: Um conselho para quem quer visitar a França


pUBLICADO NO bLOG DO nOBLAT

CRÔNICA


A França é riquíssima em paisagens, cultura e cidades interessantes. Por isso, não é nenhuma novidade que ela seja, por mais um ano, o destino mais visitado no mundo.
Em 2011, o país recebeu 81,4 milhões de turistas, segundo o relatório anual da Direção Geral da Competitividade, da Indústria e dos Serviços francesa, batendo um novo recorde. O número de turistas de países emergentes como Rússia, China e Brasil progrediu 17% em relação ao ano passado.
Talvez você seja um destes turistas que sucumbiu ao charme deste país ou talvez pense em vir nos próximos meses ou anos para engrossar as estatísticas.
Eu não sou boa para dar conselhos de viagem. Acho que a experiência com uma cidade ou com um país é muito pessoal. Além disso, tenho a impressão de que a França não tem mais segredos para ninguém e conta com uma infraestrutura que permite a todo mundo encontrar o que busca.
O único conselho que costumo dar às pessoas que vêm a Paris – e que quase nunca é levado em conta – é: deixe seus preconceitos em casa e tente se abrir para a cidade, seus hábitos e cultura.
Libere o antropólogo que existe em você e encare o mau humor dos parisienses como algo pitoresco, para contar na mesa do bar quando voltar para o Brasil. Afinal, o que procuramos quando viajamos é exatamente sair da rotina, não é mesmo?
Respeite os hábitos locais. Se você tira os sapatos ao entrar nas lojas na Tailândia, porque não dizer “bonjour” ao entrar nos cafés e restaurantes de Paris? Se achamos normal perguntar em inglês “how much?” nos Estados Unidos para saber os preços, por que não podemos dizer “combien ça coûte?” na França?
Quando não morava na França e vinha a Paris como turista, vivi, em cada visita, experiências maravilhosas. Apesar de não falar quase nada de francês nesta época, me esforçava para me comunicar. Em contrapartida, os parisienses sempre eram muito simpáticos, se ofereciam para me ajudar com as malas nas escadarias do metrô ou para me indicar um endereço.
Claro que meu conselho não é infalível e talvez, apesar de seus esforços para respeitar a cultura local, você tenha que passar por situações desagradáveis porque fazer turismo, sair do aconchego de casa, envolve muitos riscos. Na França o maior deles é não querer ir embora ou ser “obrigado” a voltar a cada ano.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela estará aqui conosco todas as quintas-feiras.

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