SÁBADO, 7 DE JULHO DE 2012
Publicado no blog do Horaciocb
Charge de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
Uma das características do Partido dos Trabalhadores PT e que o fez um partido forte, foi a estreita união entre seus filiados. Foi esta que o levou à presidência da República em 2003.
Logo no final desse mesmo ano, surgiu a primeira dissidência séria, que resultou na expulsão, dos deputados Luciana Genro (RS) e João Batista, o Babá (PA), ainda da senadora Heloísa Helena (AL), que por não concordarem com as decisões ditas “neoliberai” do setor econômico do PT, passaram a votar contra as determinações do partido, especialmente não aceitando a nomeação de Henrique Meirelles, para a presidência do Banco Central, pois, segundo eles, o PT prometera tomar outros rumos com relação à economia.
Não aceitaram ir para outros partidos e assim fundaram o Partido Socialismo e liberdade PSOL.
Num vale tudo, para ver quem ficava o dono das benesses e da chave do cofre forte nacional, levou o PT a ser um partido fragmentado em várias tendências, muitas vezes antagônicas.
Esse ano as desavenças recrudesceram, na escolha dos candidatos à prefeitura das grandes cidades, esta passou a ser uma prerrogativa de quem está mandando, ignorando-se o sistema de escolha por voto interno.
A coisa começou por São Paulo, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu lançar seu candidato “in pectore” Fernando Haddad, ignorando os outros pretendentes e principalmente a senadora (PT-SP) Marta Suplicy. Está sentiu o golpe, mas continuou no partido a espera do que vai acontecer. O que não foi o caso do deputado federal Maurício Rands (PT-PE), que sentido-se preterido na escolha pelo partido de Humberto Costa, como candidato a prefeito de Recife, saiu do PT e renunciou ao seu mandato na Câmara.
Maurício não saiu silenciosamente, deixou uma carta bomba atrás de si (3/7):
“Carta ao Povo de Pernambuco
Venho aqui me comunicar diretamente com meus eleitores, companheiros, amigos e com o povo de Pernambuco, em especial com os militantes do Partido dos Trabalhadores – PT, que compartilharam comigo tantas lutas pela democracia e pela construção de uma sociedade melhor.
Nas prévias internas de definição do candidato do PT e da Frente Popular, durante dois meses, participei de intenso debate sobre o Recife e a vida partidária. Interagi com os militantes, na compreensão conjunta de que a melhoria na condição de vida na cidade é um processo de construção coletiva no qual o partido tem grande responsabilidade em servir de exemplo na demonstração de práticas democráticas. Testemunhei todo o engajamento desprendido e consciente de milhares de pessoas nesse nobre debate. Destes militantes, levarei sempre as melhores lembranças e a eles sou profundamente grato. Leia a íntegra em Carta ao Povo de Pernambuco Por Mauricio Rands
A “presidenta” Dilma Roussef, que desde o começo vem governando com dificuldades por deficiências próprias e ingerências do PT, a cada da que passa fica mais isolada.
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