Ricardo Setti
Tal qual se esperava, o depoimento de Cardozo não passou de um nhenhenhém vazio, como se pode constatar pela reportagem do site de VEJA a respeito. O que poderia tanto dizer o ministro, aliás, se ele não sabia de nada até o escândalo explodir?
Ministros, figurões do PT, porta-vozes e sabujos vários só virão a público para confundir, e não para explicar, como diria Chacrinha.
Querem encobrir, querem ocultar, querem proteger o chefe.
Ninguém precisa deles.
Quem tem que dizer alguma coisa é Lula.
Quem tem que sair de seu silêncio sepulcral — e muito significativo — é Lula.
Quem tem que dar explicações é Lula.
Quem tem que colocar a cara para bater é Lula.
Foi Lula quem colocou a amigona “Rose” nesse gabinete da Presidência em São Paulo, que ele próprio inventou não se sabe com qual finalidade — ou talvez até se saiba, agora.
Foi Lula quem, encerrado seu mandato, pediu expressamente à presidente Dilma que mantivesse “Rose” no posto onde ela protagonizava suas maracutaias.
Foi Lula quem frequentou durante anos esse gabinete enquanto a pouca vergonha com a coisa pública corria solta. Ele, claro, supostamente não sabia.
Mas Lula, que passou uma vida — uma VIDA — apontando o dedo para culpados disso e daquilo, foge da raia.
Arranjou viagem ao exterior para desaparecer do mapa, voltou e deu um jeito de se esconder da imprensa — inclusive dos encarregados do noticiário policial –, da opinião pública, dos cidadãos brasileiros. (Quanto a sua vida pessoal, a dona Marisa, ninguém tem nada com isso.)
Essa atitude de Lula é pusilânime, é covarde, é cínica e mostra uma vez mais desprezo para com o comportamento republicano, a democracia, o Estado de Direito, e desrespeito ao país.
É esse o mesmo Lula que, arrogante, disse que iria “ensinar” a FHC como deve se comportar um ex-presidente?
Só mesmo rindo, para não chorar pelo estado das coisas “neztepaiz”.
Não sei mais o que é preciso acontecer para que os fanáticos do lulopetismo retirem o “deus” de Marta Sulicy do pedestal.
Desta vez, nem para aparecer na TV e se dizer “traído” e apunhalado pelas costas, como quando do mensalão.
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