quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Aprendam com o Coringão



Tostão (O Tempo)
Como  ainda não escrevi sobre o jogo do Corinthians e tenho a pretensão de achar que algum leitor queira saber minha opinião, continuo com o assunto, já comentado um milhão de vezes pela imprensa.
Você já imaginou se, em uma das defesas de Cássio, a bola tivesse sido chutada um pouco para o lado? Seria gol, e o jogo poderia ter tido outra história. As opiniões seriam diferentes. Tite, certamente, seria criticado, o que seria injusto. Seu trabalho foi ótimo, independentemente do resultado.
Diferentemente das vitórias do São Paulo sobre o Liverpool e do Inter sobre o Barcelona, quando os times brasileiros foram dominados durante toda a partida, o Corinthians fez um jogo equilibrado com o Chelsea.
Tite, mais uma vez, acertou ao colocar Jorge Henrique de um lado e Danilo de outro, deixando Emerson livre, como gosta, e próximo de Guerrero. O time ficou mais forte, na defesa e no ataque. Parecia um clássico inglês. O Corinthians, no tradicional 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes, enquanto o Chelsea atuava como as atuais equipes globalizadas, ditas modernas, com uma linha de três meias e um centroavante (4-2-3-1). O Corinthians não mostrou nenhuma novidade tática. Apenas executou muito bem o que foi planejado.
Ter um grande conhecimento teórico sobre futebol é essencial para ser um bom técnico. Mas o melhor treinador não é o que sabe mais a teoria. É o que percebe os detalhes subjetivos, nebulosos e faz com que os jogadores executem com eficiência o que foi planejado.
O Chelsea mostrou porque foi eliminado na primeira fase da Copa dos Campeões, pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e porque está muito distante dos primeiros colocados no Campeonato Inglês e, recentemente, foi goleado pelo Atlético de Madri, por 4 a 1, pela Supercopa da Europa.
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TRÊS MANEIRAS
Em resumo, há hoje três maneiras de se jogar futebol. Uma, única, a do Barcelona, que ocupa o campo adversário, fica com a bola e espera o momento certo para tentar a jogada decisiva. Outra, a do Corinthians e de equipes da Europa, de times compactos, que alternam a marcação por pressão com a mais recuada e que conseguem sair da defesa para o ataque com troca de passes. E a terceira, a da maioria dos times brasileiros e sul-americanos, com muitos chutões, jogadas aéreas, excesso de faltas e correria. É uma maneira arcaica de se jogar.
Espero que outros clubes brasileiros aprendam com o Corinthians a ser organizados, dentro e fora de campo. Isso já se iniciou no Brasileirão deste ano. Alguns técnicos tiraram a máscara, aceitaram as críticas e, lentamente, começam a mudar. Tomara!

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