Míriam Leitão
No meu programa na Globonews, entrevistei o jornalista Mário Magalhães, que passou nove anos estudando a história de Carlos Marighella e escreveu o livro "Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo", que traz revelações importantes.
Magalhães conta que fez 256 entrevistas, leu 600 livros e 70 mil arquivos sobre esse personagem polêmico e complexo da história recente do Brasil, que foi morto em 1969, depois de lutar contra duas ditaduras.
A entrevista foi gravada no Parque Lage, porque foi lá que Glauber Rocha, baiano como Marighella, filmou "Terra em Transe". Magalhães explicou que Glauber aderiu à ALN (Ação Libertadora Nacional), organização armada que o guerrilheiro fundou para combater a ditadura militar.
Segundo o jornalista, Glauber arrecadou com o cineasta francês Jean-Luc Godard dinheiro para ajudar a organização. Joan Miró, Visconti e Sartre também contribuíram.
O grupo de frades dominicanos que foi preso pouco antes da morte dele teve participação na luta armada, de acordo com Magalhães.
O jornalista contou também que o guerrilheiro detalhou as torturas sofridas, em 1936, numa CPI para investigar os crimes do Estado Novo, que se assemelhava à nossa Comissão da Verdade.
Nessa entrevista, que pode ser vista abaixo, ele revela inúmeras partes surpreendentes da vida desse personagem da História do Brasil.
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