12/10/2012
Ralph J. Hofmann
O Comandante Francesco Schettini conseguiu emborcar o Costa Concordia, um navio moderno, em um mar de almirante, com perda de vidas.
Depois deu um flagrante exemplo de covardia e estupidez embarcando num escaler de salvamento sem primeiro providenciar o resgate de todos os passageiros e membros da tripulação, conforme manda a tradição marítima, as leis do mar, e o mínimo de decência.
Com isto demonstrou que vale menos que o mais humilde policial de grande cidade brasileira que arrisca sua vida entrando em áreas controladas por traficantes, só que o salário do policial deve ser menos de 10% do salário de Schettini e seu trabalho ocorre longe das confortáveis instalações, comidas requintadas e perfumes sofisticados onde o capitão passava seus dias.
Podemos dizer que a diferença de valores é natural. O capitão administraria um patrimônio de centenas de milhões de euros. O policial administra seus coturnos e suas armas.
Pois despedido por justa causa o Comandante Schettino está processando a Linea Costa, alegando ter sido despedido sem justa causa.
Só falta o comandante processar a empresa por ter lhe colocado no comando sem que tivesse qualificações para o cargo. O comandante está longe de ser o intrépido lobo do mar das tradições da marinha mercante italiana, e mesmo das tradições da eficiente hotelaria italiana já que o navio correspondia a um hotel flutuante.
O armador Costa perdeu um patrimônio ainda maior que o valor do navio, já que a marca Costa, para transporte de turistas sofreu um grande abalo.
Lembramos que nas semanas após o grave incidente circularam camisetas com o bordão “Vada a bordo Cazzo! ”. A ordem do comandante da guarda costeira para Schettini, que se afastava celeremente para terra.
Ao ler a notícia do processo de Schettini, e com as contínuas notícias de Lula falando que não houve mensalão, que se houve ele, Lula nada sabia, e que tudo é uma conspiração contra ele (Lula), fico pensando nos condenados do mensalão, a bordo de um navio emborcado, olhando Lula se afastando a alta velocidade numa lancha, talvez bebericando um Romanée-Conti e saboreando uma delicada patinha de coelho assada.
CAZZO! VADA A BORDO LULA!
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