14/09/2012
Plínio Zabeu
Depois de denunciado e comprovado o maior esquema de corrupção da história do Brasil – quiçá do mundo – o povo passou a ter esperança de uma nova era política com seriedade, ética, patriotismo e responsabilidade de governantes. Mesmo às pressas e com limite de tempo, afinal aconteceu o julgamento durante período eleitoral e as primeiras condenações já representaram o esperado alívio. Não se sabe se tudo acabará em condenação de verdade, com penas impostas aos criminosos, ou se as “penas” ficarão para depois ou permanecerão no papel. Para fortalecer as ditas esperanças, o Poder Judiciário conseguiu que o senador cassado e o juiz condenado por desvio de dinheiro público, com ajuda da justiça internacional, fossem obrigados à devolução, pelo menos em parte, dos valores roubados. O ex senador vai devolver perto de meio bilhão enquanto o ex juiz devolverá perto de 10 milhões.

Alegria e esperança. Afinal poderemos iniciar uma nova era em que crimes políticos passem a não compensarem.
Mas nem tudo está correndo como se esperava. Isso porque, além de envolvimento de valores, a parte suja da política produz o famoso “toma lá dá cá”. Exemplos: A CPI Cachoeira, criada por ordem do ex e, de certa forma, presidente para comprometer um governador, acabou sendo interrompida para ser reiniciada depois das eleições. Isso porque tudo indicava que, além do governador alvo de Lula outros dois - um do PT e outro do PMDB, partidos aliados – certamente estão também envolvidos. Então, “deixa pra lá”…
Mas outro fator importante obrigou ação imediata do super presidente. Como ele havia escolhido um candidato próprio para a prefeitura de São Paulo, candidato que, como ministro mostrou alta incapacidade, contrariou a senadora Marta cujo objetivo era retornar ao posto que perdera para o PSDB. Ela foi enfática: “Não apoiarei o candidato Haddad”. Lula foi procurar o Maluf (adversário de Marta), chamou Erundina, mas percebeu que a coisa não andava bem. Então, para “comprar” o apoio dela, mandou que Dilma demitisse a ministra da Cultura e nomeasse a senadora para o cargo.
Como ministra do turismo, Marta foi um total desastre. Então agora Lula ganha novo reforço. Marta já se engajou na campanha do indicado por Lula. Além disso, a vaga no senado foi para um do PR, que vinha mostrando certo apoio ao Serra, do PSDB que também vai mal nas pesquisas.
O “Lucro” foi efetivo afinal. Lula com todo seu prestígio, conta com apoio de Maluf, de Marta, da Erundina e do vereador paulistano – agora senador – para reforço do candidato dele.
Para mais reforço de campanha, Dilma vai baratear o custo da energia elétrica, coisa que já deveria ter feito há muito tempo já que os encargos no consumo da energia vêm crescendo assustadoramente nos últimos 15 anos. Qualquer valor destinado à melhoria da energia era cobrado como “imposto extra” na conta de luz. Não foi uma diminuição de imposto e sim uma correção de erros cometidos.
Fica então a impressão que pouco ou nada mudará em matéria de seriedade política no Brasil.
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