14/09/2012
Adauto Medeiros (1)
Devemos começar este artigo mencionando a contribuição dado pelos negros, na época da miséria escravocrata, para o nosso desenvolvimento nos engenhos de açúcar e em seguida na mineração, especialmente, nas Minas Gerais.
Quando os ingleses descobriram a máquina a vapor a mão de obra escrava foi aos poucos sendo substituída e quando em Manchester houve a criação do tear mecânico veio a necessidade de criar uma mão de obra assalariada para comprar os produtos industrializados. Esse fator capitalista acelerou ou contribui enormemente para a abolição dessa chaga condenável chamada escravidão.
Apesar de ter a maioria da população favorável a colocar um ponto final na escravatura no Brasil, apareceu um negro de nome José do Patrocínio que foi fundamental para a libertação dos escravos em nosso país. Interessante é que o primeiro estado brasileiro a libertar os escravos foi o Ceará em 1884, e por isto recebeu a justa homenagem de José do Patrocínio, chamando o Ceará de “Terra da luz”.
Devemos reconhecer que no futebol depois da derrota humilhante e vergonhosa para o Uruguai na copa do mundo de futebol em 1950, ficamos com o complexo de vira-lata dito por Nelson Rodrigues e amarelávamos em partidas decisivas.
Em 1958 foram mais dois negros que nos livraram deste complexo terrível, que foram Didi e Pelé. Na decisão final em 1958 contra a Suécia, a dona da casa, tomamos um gol no inicio do jogo. Parecia mesmo que era a maldição dos deuses do futebol. Didi apanhou a bola no fundo das redes, e a levou lentamente até o meio de campo e disse aos jogadores brasileiros: “não tenham medo destes galegos que eles não são de nada e vamos ganhar o jogo”. Ganhamos por 5X2 e fomos campeões do mundo de futebol.
Pois bem, estes 11 jogadores, 11 homens liderados por dois negros mudaram o futebol brasileiro e nos livrou do nosso complexo de vira-lata, ou melhor, do nosso complexo de inferioridade.
Agora outro negro estar mudando o Brasil – e o mais bonito – dentro da lei da democracia. Este negro se chama Joaquim Barbosa, Ministro do Supremo Tribunal Federal.
A nação brasileira encontrou nele o seu ídolo no combate a corrupção dos políticos e asseclas que tanto infernizam e desmoralizam os bons brasileiros que trabalham honesta e honradamente. Senhor Ministro, depois do julgamento do Mensalão o Brasil será outro país, muito melhor e mais digno. A nação brasileira agradece. Parabéns Ministro Joaquim Barbosa.
(1) Engenheiro civil e empresário. adautomedeiros@bol.com.br
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