Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
12.7.2012
| 12h00m
Na margem direita do Mondego, rio que tem a honra de banhar Coimbra, ergue-se em um ponto estratégico para a defesa do rio, o maravilhoso castelo de Montemor-o-Velho. Como acontece com todos os castelos portugueses, este também foi erguido em local que na pré-história já era considerado muito importante. Romanos, visigodos e muçulmanos ocuparam aquela área, interessados pelo local que dava boa visão de toda a região, mas sobretudo pelo estanho escoado pelo Mondego.
As primeiras referências à povoação datam do século IX. Cristãos e mouros alternavam a posse do local e isso continuou até o século XI. Em 1064, com a conquista definitiva de Coimbra, Montemor-o-Velho não voltou mais para as mãos dos mouros.
A importância militar e estratégica deste castelo manteve-se ao longo dos séculos seguintes, afirmando-se que as suas grandes dimensões permitiam aquartelar até cinco mil homens de armas em seu interior.
A povoação e a fortaleza estão intimamente ligados à História de Portugal e aqui não há espaço para contar todos os espisódios, heróicos uns, menos bonitos outros. O que nos interessa é a magnífica engenharia que resultou nesse castelo, obra prima em pedra.
Abro uma exceção: o fato de que foi aqui, na sua alcáçova, a 6 de Janeiro de 1355 que D. Afonso IV se reuniu com seus conselheiros para decidir a sorte de D. Inês de Castro, daqui tendo partido, no dia seguinte, para o ritual da macabra execução.
O castelo apresenta planta quadrada, com muralhas de cerca de sessenta metros de lado, reforçadas, nos ângulos Oeste e Leste, por grandes torreões de planta circular. A sua face Noroeste e parte da Nordeste eram comuns à muralha da vila. Em seu interior ergueu-se a igreja matriz, sede da primeira paróquia da vila, e que hoje é o Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, proclamada padroeira de Portugal em 1646.
A Torre de Menagem só foi erguida sob o reinado de D. Fernando, afastada do castelo, diante de uma porta rasgada a meio do trecho Sudoeste da muralha. Delimitando uma área de cerca de três hectares, a muralha, de planta pentagonal irregular, é rasgada por diversas portas, entre as quais as chamadas Porta de Évora, Porta de Estremoz e Porta de Olivença.
As Lendas das Arcas: há muito, muito tempo os primeiros habitantes de Montemor-o-Velho enterraram dentro das muralhas do Castelo, duas arcas. A primeira arca continha a felicidade e a riqueza. Tinha tanto ouro que se aberta fartaria todo Portugal. A outra arca é a arca maldita que contém a peste. Uma vez aberta trará a desgraça, a febre, a miséria e a fome, não tendo dó nem piedade por ninguém. Muitos, movidos pela audácia ou pelo desespero de tempos difíceis, aproximaram-se das arcas. Em épocas de crise muitos se juntaram para abrir a arca da fortuna… Mas… logo paravam atónitos e perplexos petrificados com o medo de abrir a arca da peste pois esta se aberta traria ainda mais desgraça e miséria… E as arcas lá continuam à espera de um dia alguém ter a ousadia de as procurar e a imprudência de as abrir... (wikipedia).
O maior tesouro creio que é o fato de não haver uma nesga de terra mal aproveitada... Acima, arrozal banhado pelo Mondego.
Concelho de Montemor-o-Velho, Distrito de Coimbra
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