Personalização do escritório é vista, hoje, como forma de descontrair e motivar o funcionário
Colocando na ponta do lápis, a maioria das pessoas percebe que passa tanto tempo no trabalho como passa em casa - isso sem contar as horas extras e reuniões fora do horário comercial. Mas é possível levar um pouco do lar para o escritório. E não só possível: é até bom para o desempenho profissional, garante a consultora de usabilidade Adriana Bertiol.
Segundo ela, valorizar o emocional no espaço de trabalho é uma tendência atualmente. "O aspecto emocional tem impacto no cognitivo. Aquele objeto pessoal, uma foto, uma lembrancinha, causa uma reação positiva capaz de afetar a memória e o raciocínio", afirma. Adriana explica que as emoções fazem parte de um tripé para o bom desempenho, que inclui ainda a funcionalidade e a usabilidade da estação de trabalho.
Mas a consultora adverte que a personalização deve ser guiada pelo bom senso. "A ideia é levar para o escritório elementos que conduzam a uma sensação boa, agradável", detalha. É essa sensação, segundo Adriana, que influencia no desempenho profissional.
Memória e inspiração Além de fazer o funcionário se lembrar da família e ficar à vontade para produzir, a decoração pessoal da estação de trabalho também serve como inspiração. O ilustrador Marcio Nantes, da agência digital Redirect, em Curitiba, tem no escritório objetos que cumprem as duas funções. Fã de desenhos animados e quadrinhos, uma dos artigos que decora seu espaço de trabalho é uma miniatura do Pateta, personagem da Disney.
"Para mim, é super importante poder ter por perto elementos que me trazem descontração e diversão e ainda me ajudam a imprimir no meu espaço de trabalho a identidade de quem sou", afirma. Ao lado de Pateta, Nantes também tem uma foto da família, "que faz da mesa de trabalho uma pequena extensão da casa e ainda serve como motivador".
Projeto e reinveção Funcionalidade, usabilidade e aspectos emocionais já eram quesitos considerados pelos designers na hora de planejar móveis e ambientes, mas agora a questão da personalidade de quem vai usar a estação de trabalho parece estar em evidência. Dari Beck, gerente do Estúdio Flexiv Design, também na capital paranaense, destaca que "o posto de trabalho é algo mutável, onde cada funcionário imprime sua seus gostos e características".
Os designers têm apostado, por isso, na humanização do escritório. Além disso, hoje eles que as pessoas usem os objetos e espaços de maneira diferente daquela idealizada pelo projetista. No caso dos móveis da Flexiv, é bem comum ver situações em que, por exemplo, o apoio de monitor se transformar em mini altar, ou o suporte para folha A4 se é usado como pequena estante.
Essa reinvenção por parte do usuário funciona como retroalimentação para quem projeta as peças. "Acabamos criando soluções a partir da interpretação do uso", comenta Beck, "funciona como uma espécie de cocriação, onde o cliente nos ajuda a aprimorar o projeto ou desenvolver algo novo".
Com informações do Inspire-se
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