O post de hoje é daqueles que nem sei direito por onde começar. Conhecer o mundo das cachaças artesanais foi atordoante. Mas o atordoante que te inspira, te provoca, te mostra que tem um mundo gastronômico totalmente novo pela frente.
Primeiro preciso dizer: esqueça tudo que você já ouviu sobre o produto. Visitar a Weber Haus foi entrar em um novo mundo. Desde a história da família – que começou a fazer cachaça caseira quando chegou no Brasil, em 1823 (antes já produziam, na Alemanha, o schnaps de batata inglesa. O contato com a cana de açúcar só aconteceu, claro, com a chegada ao nosso país.
A cachaçaria, que fica em Ivoti, é cheia de lembranças familiares.
Se você não conhece a Weber, pode ser que conheça a antiga marca da família: Caninha Primavera.
Mas deixa mostrar pra vocês – o que quem visita a cachaçaria também conhece - que é a produção da cachaça Weber:
Esse é um dos primeiros momentos da cachaça.
O sumo recém tirado da cana vem pra cá (O Evandro Weber deu uma explicação tão completa que tenho até medo de explicar com todos os detalhes. Vamos combinar que quando você for lá, pede a explicação completinha, certo?)
A Weber tem capacidade de 1 milhão e 100 mil litros em armazenagem. Normalmente, tem 900 mil litro de cachaça estocada.
A cana de açúcar usada é 50% produzido na própria lavoura e outros 50% de produtores próprios.
A Weber tem cachaças guardadas há 26 anos, por exemplo. As características vão mudando e dando o perfil que se quer para o líquido. O tipo de barril é uma dessas qualificadoras. Diferentes tipos trazem diferentes qualidades. Eles trabalham com carvalho americano, francês, bálsamo e cabreúva , canela saçafraz, amburana e grapia. Aí se tem notas como fumos, especiarias, chocolate ou até florais.
Outra coisa muito interessante é a diferença entre cachaça, aguardente e aguardente composta.
A cachaça precisa ter entre 38% e 48% de graduação alcoólica e ser pura. Ou seja, qualquer característica diferente de sabor só pode vir, por exemplo, de guarda – ou seja, da madeira dos barris onde ela envelhece. Acima de 48% já temos a chamada aguardente. Abaixo disso, mas misturada com qualquer outro ingrediente (mel, açúcar, frutas) ela se chama aguardente composta.
Espera! Pausa! Olha essa cachaça: envelhecida 12 anos! São 2 mil garrafas dessas. A primeira vendida foi pelo valor de R$700. O valor vai crescendo a cada garrafa em um real, até que a penúltima seja vendida a R$2.699. Na verdade, quando houver apenas mais uma garrafa, ela será leiloada. (Eu provei e vou dizer pra vocês – é muito boa! Redonda, saborosa e não tem qualquer aspereza que possa ser característica de uma bebida tão forte quanto a cachaça)
A Weber Haus exporta sua cachaça para as 22 unidades da Churrascaria Fogo de Chão nos Estados Unidos e 8 no Brasil.
Aí, é claro, pedi pro Evandro Weber nos ensinar a identificar uma boa cachaça. Presta atenção nesse vídeo!
Além de conhecer todo o processo de produção da cachaça, o passeio à Weber Haus também dá a oportunidade de provar várias cachaças. Claro que os preços não são todos como a de 12 anos – aquela é uma exceção justamente pelas características especiais.
Mas olha a geladeira de amostras pro público:
E alguns rótulos. Não dá pra mostrar tudo, mas uma provinha, com certeza!
Ah, e uma novidade: a primeira (e única) cachaçaria licenciada pela Playboy.
A rotulagem, assim como a produção, é toda manual.
Bom, se eu não der um final pra esse post, nunca mais paro de falar. Tem muita, muita coisa legal. Então faz o seguinte: pega a Rota Romântica, atravessa a querida cidade de Ivoti, toma cuidado descendo o Buraco do Diabo, atravessa a histórica Ponte do Imperador, pega a direita na Casa Amarela e segue as placas. Conhece um pouco da nossa história e dos imigrantes alemães aqui no estado e prova uma das melhores cachaças do mundo. É pra ter orgulho desse nosso Rio Grande, né? (esse é dos posts que me arrepio escrevendo!)
CACHAÇARIA WEBER HAUS
Endereço: Rua 48 Alta, 2625 – Picada 48 Alta – Ivoti
Visitação: todos os dias, da 8h as 11h30 e das 13h30 as 17h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário