quarta-feira, 15 de julho de 2015
Após meses de julgamento, o ex-guarda nazista Oskar Groening, que ficou conhecido como o “contador de Auschwitz”, foi condenado a quatro anos de prisão, considerado cúmplice do extermínio de cerca de 300 mil judeus num dos maiores campos de concentração do Holocausto. O julgamento aconteceu na pequena cidade de Lueneburg, na Alemanha. Durante a Segunda Guerra, o nazista atuava recolhendo os pertences das vítimas que chegavam a Auschwitz e passavam por uma “seleção” antes de ir às câmaras de gás. No decorrer do julgamento, a Corte ouviu o testemunho de vários sobreviventes do campo. A defesa alegou que Groening não facilitou o genocídio, já que não teria participado diretamente do assassinato de judeus. Mas os promotores afirmaram que o ex-guarda contribuiu, sim, para que Auschwitz funcionasse sem problemas. O dinheiro recolhido pelo “contador” das pessoas que chegavam a Auschwitz contribuia para a manutenção das atividades nazistas. Devido à idade avançada do acusado, que tem 94 anos, ele pode não ser encaminhado a uma prisão. O caso de Groening ganhou destaque quando, em abril, ele assumiu publicamente sua “culpa moral” no Holocausto. "Em termos morais, minhas ações me tornam culpado. Coloco-me diante das vítimas com remorso e humildade", disse na época. A história do "contador de Auschwitz" gerou discussão a respeito da culpabilização de pessoas que tiveram um “papel menor” no regime nazista, ou seja, se aqueles que não tinham participado diretamente do assassinato de pessoas poderiam ser considerados culpados mesmo tanto tempo depois. Groening pode ser um dos últimos nazistas a serem julgados pelos crimes da Segunda Guerra. Eichmann também dizia que não era culpado, que apenas cumpriu ordens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário