domingo, 5 de abril de 2015

Crise da Petrobras cria ressaca do pré-sal e congela prédios em Santos

domingo, 5 de abril de 2015


No centro histórico de Santos, três grandes torres se destacam na zona portuária pela modernidade – e pela ociosidade. Oito anos após a euforia da descoberta do pré-sal, os empreendimentos quase todos vazios são amostras da crise da Petrobras. Em meio ao escândalo da Operação Lava Jato e à desaceleração econômica, a estatal freou investimentos, o que atingiu em cheio a cadeia de projetos imobiliários e outros negócios na região. A própria Petrobras recuou: planejava erguer três torres comerciais no bairro do Valongo, mas só construiu uma – e, mesmo assim, ela ainda não está totalmente ocupada. Mais: o projeto de uma base logística foi abortado, e os investimentos previstos inicialmente pela prefeitura viraram água. A cadeia de óleo e gás, que daria suporte à estatal na cidade, não se concretizou, e o plano de revitalização do bairro – contrapartida exigida no projeto – não saiu do papel. Uma das torres que chamam a atenção é o Wave Offices, erguida pela Cyrela. São mais de 200 salas comerciais inauguradas há oito meses e, até o fim de março, nenhuma delas estava ocupada. Embora a Cyrela afirme que vendeu 84% das unidades, a maior parte no lançamento, em 2010, os proprietários não conseguem passar as salas adiante. Situação semelhante é do Blue Officemall, da Odebrecht, a 1,5 km do Valongo: o misto de shopping e salas comerciais (mais de 500) tem apenas 10% de suas unidades ocupadas atualmente. A terceira torre do bairro é o Valongo Brasil, em obras, também da Odebrecht, com mais de 500 salas – todas foram comercializadas na primeira semana de vendas, mas os proprietários têm dúvidas sobre a viabilidade de revenda e locação agora. "Na onda do pré-sal, as pessoas compraram esses imóveis para ter renda no futuro. A esperança agora está na recuperação da Petrobras para voltar a investir", afirma Carlos Ferreira, delegado do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) em Santos. Segundo dados da Geoimovel Tecnologia Imobiliária, entre 2011 e 2014, 3.253 unidades comerciais foram lançadas em Santos. Mas, no mesmo período, apenas 2.312 foram vendidas – saldo remanescente de 941 unidades. Por isso, investidores e proprietários das salas baixaram os preços e oferecem facilidades para a compra, como vouchers e entradas mais suaves, de apenas 30%. Quando lançadas, as salas comerciais se valorizaram e o preço do metro quadrado atingiu até R$ 9.000,00. Hoje, a média é de R$ 6.500,00.

Um comentário:

  1. ENQUANTO PT ESTIVER NO PODER A PETRO E OUTRAS INSTITUIÇÔES, SÓ IRAM PARA TRAZ

    ResponderExcluir