terça-feira, 17 de março de 2015

Sandálias da Humildade - by Miranda Sá

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)


Estava certo Ulisses Guimarães (que Deus o tenha ao seu lado) quando disse que “político só tem medo do povo nas ruas”. É o que estamos vendo – concretamente – após as gigantescas manifestações dos brasileiros no dia 15 de março contra a corrupção do PT-governo e pedindo o impeachment de Dilma.
O governo corrupto e corruptor, em polvorosa, correu a se explicar através de ministros petistas que escorregam nos chavões das continuadas crises políticas. Chamada de covarde, por se esconder na primeira hora, Dilma ocupou microfones e telas de TV sofismando sobre corrupção.
Uma das metáforas usadas foi dizer que “a corrupção é uma senhora idosa”, pretendendo dividir com outrem os ilícitos praticados pelo seu partido. Outro contra-senso metafórico foi calçar as sandálias da humildade! Falou que deseja “humildemente” o diálogo com todos... Mas na mesma frase concluiu “... os que quiserem falar comigo.”
Quando ouço falar em “sandálias da humildade”, que já foram tema de filme, movimentaram programas de televisão e apareceram em peça teatral, a memória sempre me leva a São Francisco de Assis.
A biografia deste Santo registra que um dia, quando rezava na Igreja de São Damião, ouviu uma voz, que se repetiu, dizendo-lhe: "Francisco, repara minha casa, olha que está em ruínas". Então, ele vendeu tudo o que tinha e com o dinheiro recuperou o templo de Assis.
Aos 25 anos, entrou no sacerdócio como diácono e seguiu o Evangelho da Missa que dizia “Vai pregar anunciando o Reino de Deus e distribua gratuitamente o que recebeu gratuitamente. Não possua ouro, nem duas túnicas, nem sandálias...”
Obedecendo ao ditado, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente com a túnica. E assim a sua santidade foi reconhecida sem exibicionismo e por ter se convencido, e ensinado, que "ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é, e não mais”.
Pelegos fascistóides e arrogantes que estão no poder jamais seguirão esta lição franciscana! Até seus condenados e presos por corrupção, são considerados heróis do partido! Vemos que os petistas valem pelo que são com sua ideologia distorcida e a mentira compulsiva.
Por mais que encham a boca com a palavra “humildade”, não passam de ladrões da Petrobras, flagrados na Operação Lava Jato, ladrões do Banco Brasil, como o fujão Henrique Pizolatto, e de ladrões sob suspeição atuando no BNDES, Eletrobrás, Correios e fundos de pensão.
Como pode Dilma ser humilde, se esconde as pesquisas que lhe dão 7% de aprovação, o quê, invertendo os valores aritméticos, corresponde a 93% dos que lhe desaprovam? E não é nada modesta por não assumir que a causa da corrupção é a incompetência do seu governo, e dela própria, que assinou sem ler a criminosa compra de Pasadena.
O que se vê é que a falsa Gerentona diante da multidão ficou descalça e se despiu da túnica, mostrando-se tal qual é uma laranja de Lula da Silva para facilitar as consultorias, aparelhar a administração pública e favorecer propinas.
A rainha ficou nua! Seu reinado abriu as comportas do mar de lama, afoga a ética e a moralidade públicas enlameando os poderes republicanos, pervertendo o Judiciário e decompondo o Legislativo.
Dilma tem o direito de errar? Tem; mas não será perdoada persistindo no erro. Precisa parar de mentir comparando desonestamente as pífias manifestações mercenárias da CUT e do MST com os milhões de patriotas que foram às ruas no domingo.
E para se auto-criticar, não deve ficar apenas na intenção discursiva, mas usar de verdade as sandálias da humildade porque só com elas poderá caminhar com altivez.

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