(Bloomberg) - Israel está pintando o deserto de verde - de cáqui, para ser exato -. Dezenas de milhares de militares estão sendo transferidos de Tel Aviv para incentivar a criação de um centro urbano moderno perto de um núcleo de segurança cibernética em desenvolvimento no Deserto de Negev.
"O maior desafio para Israel é desenvolver o Negev", disse Rubik Danilovich, prefeito de Beer Sheva. "Se você pegar o mapa de Israel e dobrá-lo pela metade, Beer Sheva é o centro geográfico de Israel. Nós queremos que tenha atrativo e visão de futuro".
Dominar o Negev tem sido um dos mitos fundadores do Estado judaico. O primeiro chefe de governo de Israel, David Ben Gurion, tomou como prioridade o assentamento da região, meta que levou ao desenvolvimento de avanços agrícolas como a irrigação por gotejamento. No século 21, os kibutzim e as laranjas foram substituídos pelas cidades e pela tecnologia de ponta.
Beer Sheva, com 220.000 habitantes, é uma obra em andamento. Os investimentos estão chegando antes da mudança dos militares.
Guindastes pontilham o horizonte de prédios baixos. Edifícios de apartamentos cobertos de tinta amarela descascada e reboco branco em volta de pátios arenosos tampados por lonas enceradas estão compartilhando os bairros com uma quantidade crescente de arranha-céus de aço e vidro.
O Gabinete de Netanyahu aprovou na semana passada o plano para mudar as bases militares para o sul. O primeiro-ministro, que é candidato à reeleição em 17 de março, disse que a medida marca o começo de uma "grande revolução" no Negev.
Ainda falta muito para que o desenvolvimento cibernético atraia mais indústrias e torne realidade o sonho do prefeito Danilovich, 43, de transformar Beer Sheva em uma cidade metropolitana.
Desde que ele tomou posse em 2008, três conflitos com Gaza, a 40 quilômetros de distância, converteram Beer Sheva em alvo de ataques de foguetes, o que interrompeu o desenvolvimento durante meses.
A mudança para o sul dos militares e de empresas como a EMC Corp., a IBM e a Lockheed Martin Corp. leva a promessa de gerar empregos de qualidade a uma cidade onde menos de 40 por cento da população está empregada, em comparação com cerca de metade em Tel Aviv e Haifa. Também poderia frear a migração dos cerca de 8.000 estudantes de Engenharia que estudam em faculdades em Beer Sheva.
"Quando dá certo, o desenvolvimento econômico é como torcer por um time de futebol", disse Erel Margalit, legislador do Partido Trabalhista, diretor do grupo de lobby pelo Negev e fundador da Jerusalem Venture Partners. "Ele congrega todo mundo em uma grande mensagem de crescimento".
Para entrar em contato com o repórter: Gwen Ackerman, em Jerusalém, gackerman@bloomberg.net
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