Saudosismos à parte, julho já era tempo de campanhas acirradas e de motivação popular, nos anos de eleições para presidente da República.Os candidatos percorriam o país, prometiam reformas e até se agrediam. Pois agora, não. Escondem-se. Programam viagens que adiam em seguida, limitando até suas entrevistas, para não receber perguntas indigestas.
Outro fator a caracterizar a pasmaceira atual é a reeleição. Permite-se a Dilma, como antes se permitiu a Fernando Henrique e ao Lula, disputar o segundo mandato no exercício do primeiro. Quer dizer, governando e fazendo campanha, duplicidade muito próxima do péssimo exercício das duas funções. Quanto tempo faz que a presidente reuniu o ministério? Anos. Onde anda o PAC2?
Ministros existem que nem cobrados são, sem oportunidade sequer para apresentar planos e realizações no gabinete da chefe. No reverso da medalha, no quesito campanha, as pesquisas respondem pelo nível e pelo desempenho de Dilma como candidata, em curva descendente, ou seja, no mínimo não vem dando certo a busca da reeleição.
Contagiando os demais candidatos, a postura dupla da presidente parece anestesiar não apenas Aécio e Eduardo, mas o eleitor. Em outras sucessões, discutia-se para valer os defeitos e as qualidades dos candidatos. Mesmo na sua primeira eleição, Dilma era polêmica e tinha a seu lado um Lula em plena capacidade política. Enfrentou e bateu José Serra, sob as atenções gerais. Hoje, o Lula promete mais uma vez engajar-se na campanha, coisa que não acontece.
Em suma, há algo de novo no processo sucessório: o vazio…
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