sábado, 7 de dezembro de 2013

Imobiliárias dos EUA lançam casas e apartamentos com cara brasileira


by Felipe R. Magalhães
Apartamentos e casas com armários brancos e pisos de porcelanato, que podem ser financiados em até 30 anos e contam com serviços de babá e empregada doméstica. O setor imobiliário americano está apostando em serviços e produtos moldados ao gosto do consumidor brasileiro.
Sem-Título-2Os brasileiros descobriram boas oportunidades de compras nos Estados Unidos especialmente depois da crise financeira de 2008. Os preços de imóveis em cidades como Miami e Orlando caíram, ao passo que, aqui, o mercado caminhou no sentido inverso.
Um sinal evidente do investimento feito nos clientes brasileiros é a contratação de profissionais da mesma nacionalidade, que podem ajudar os compradores a superar a barreira da língua na hora da negociação.
Atualmente, muitos imóveis que são vendidos mobiliados também já são decorados com a "cara" do brasileiro.
"Os americanos gostam de armários escuros e paredes com cor, mas as construtoras estão usando uma decoração mais clean e contemporânea, com armários e paredes brancas e pisos de porcelanato, que é como o brasileiro gosta", diz Rosana Almeida, proprietária da Florida Connexion.
A corretora, localizada em Orlando, vende imóveis para estrangeiros e foi uma das expositoras da Investir USA Expo, evento realizado em São Paulo na semana passada e destinado a brasileiros que querem investir naquele país.
Além da venda, a Florida Connexion faz, ainda, a administração de imóveis. Nesse caso, também tem ampliado a oferta de serviços para agradar aos consumidores daqui.
Um dos diferenciais é o serviço de concierge. Basta o cliente avisar que vai passar uma temporada no imóvel que comprou nos Estados Unidos para a empresa providenciar a contratação de babás e empregadas domésticas.
Essas, "mordomias" geralmente não fazem parte das exigências dos americanos, mas os brasileiros gostam.  "Nosso objetivo é tirar a dor de cabeça do cliente", diz Rosana Almeida.

Resort de luxo para brasileiros

Também com foco no cliente do Brasil, a construtora americana Liberty Grand acaba de iniciar a construção do empreendimento Costa Hollywood Condo Resort, um resort de luxo em Hollywood Beach, no sul da Flórida.
As 307 unidades serão vendidas mobiliadas e têm terraços envidraçados e vista para o mar. Os apartamentos, que custam de US$ 220 mil a US$ 800 mil (de R$ 506 mil a R$ 1,84 milhão), têm quartos amplos e lavanderia, aspectos valorizados pelo público brasileiro.
"Hoje, com US$ 300 mil, dá para comprar 'o' apartamento nos Estados Unidos. No Brasil, não. A cada dia que passa, a procura dos brasileiros está maior. Por isso eles estão virando o foco dos empreendimentos, assim como os argentinos e os venezuelanos", diz Anielly Maia, representante do Costa Hollywood no Brasil.
Para ela, a facilidade de compra de passagens aéreas tende a fazer com que brasileiros que queriam comprar seu segundo imóvel optem por fazer isso nos Estados Unidos.

Financiamento em até 30 anos

Outro fator que ajuda a atrair os brasileiros para o mercado americano é a possibilidade de comprar imóveis por meio de financiamentos. Hoje, os bancos já financiam até 70% do valor para os brasileiros. Muitas vezes, o processo de compra acaba sendo mais rápido do que seria aqui no país.
Nem o dólar alto deve ser um empecilho para quem pensa em investir naquele país, diz o consultor de investimentos imobiliários Sidney Shauy, que atua nos Estados Unidos. Para ele, o potencial de valorização do mercado imobiliário nos EUA oferece grande vantagem para o brasileiro.
"A conjuntura atual ainda favorece a compra, apesar de os preços terem subido e o dólar, também. Os EUA têm mais potencial do que mercado brasileiro, porque lá os imóveis se desvalorizaram muito nos últimos anos e agora os preços estão voltando a subir", afirma Shauy.
Um levantamento feito pelo consultor com base em índices do mercado imobiliário nos Estados Unidos mostra que, em Miami, de 2011 até o começo de 2013, os preços dos imóveis subiram 17%.
Em Nova York, a valorização foi de 17,5% entre 2009 e maio deste ano. Os valores, porém, ainda estão muito abaixo daqueles verificados antes da crise, o que evidencia um potencial de crescimento ainda maior.

Investir no exterior traz riscos

A compra de um imóvel no exterior, porém, não é uma opção interessante para todo mundo.
Especialistas alertam que é preciso levar em conta os custos de manutenção do imóvel. O imposto cobrado sobre a posse do imóvel, por exemplo, equivale a 2% do valor total e é pago anualmente. Além disso, mesmo quem compra uma casa só para passar férias precisa arcar com o condomínio todos os meses, o que pode pesar bastante no bolso em época de dólar em alta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário