quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Mas que gente mais esquecida, os lulopetistas: secretário de Haddad diz que ‘não lembrava’ de sociedade da sua mulher com auditor investigado por corrupção - RICARDO SETTI


Jilmar Tatto (PT) diz ter convívio social com auditor investigado pela Controladoria-Geral do Município (Foto: Ed Ferreira / AE )
Jilmar Tatto (PT) diz ter “convívio social” com auditor investigado pela Controladoria-Geral do Município, sócio de sua mulher. Quanto a confiar nele, respondeu: “Veja, eu confio em mim” (Foto: Ed Ferreira / AE )
Vejam que curioso, na reportagem que vocês lerão a seguir: a mulher de Jilmar Tatto, secretário municipal dos Transportes de São Paulo – um dos integrantes do clã petista Tatto e figura onipresente em São Paulo quando se fala em transportes coletivos –, é sócia em uma empresa de um auditor fiscal da Prefeitura investigado por corrupção.
Não bastasse isso, a irmã da mulher de Tatto — sua cunhada, portanto — é namorada do auditor investigado.
Tem mais: outros dois cunhados de Tatto são igualmente sócios da empresa — e um desses sócios ainda por cima é doador de dinheiro para as campanhas eleitorais de outro Tatto, o vereador Arselino, irmão de Jilmar.
Mesmo assim, o secretário dos Transportes não sabia de nada, não “lembrava” que a empresa existia e, não obstante integre a administração municipal e a investigação sobre os auditores suspeitos de corrupção esteja em toda a mídia paulista, revelou-se “surpreso” com o caso.
Distraído, não?
Reportagem de Felipe Frazão, publicada no site de VEJA
TATTO DIZ QUE ‘NÃO LEMBRAVA’ DE SOCIEDADE DA SUA MULHER COM AUDITOR INVESTIGADO
Secretário de Transportes de Haddad afirmou que a empresa de sua mulher com um auditor investigado “ficou parada” e não movimentou dinheiro
O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto (PT), disse nesta quarta-feira que a empresa de sua mulher, Adli Tatto, e do auditor fiscal Moacir Fernando Reis – investigado pela Controladoria-Geral do Município – nunca movimentou dinheiro.
site de VEJA revelou nesta terça-feira que a mulher de Tatto é sócia de Reis no estacionamento Samepark – uma microempresa com sede registrada na residência do petista na Vila Mariana, na Zona Sul da capital paulista.
“A empresa foi aberta em 2010 e ficou escanteada, parada, ninguém deu bola. Nem lembrava da existência dessa empresa”, disse Tatto em entrevista coletiva nesta quarta. “Essa empresa não vingou, faliu antes de começar e não teve movimentação [financeira] nenhuma.”
Reis namora a irmã de Adli. “Volta e meia a gente se encontra. Mas o contato é social pelo fato de ser namorado da minha cunhada”, disse o secretário. Tatto afirmou que “ficou surpreso” e “não sabia que o servidor estava sendo investigado”.
“Não sei dizer se tem algo contra ele, porque não tenho informações sobre a investigação. Mas, do ponto de vista do cotidiano, do dia a dia, não tem qualquer coisa externa que aparente desvio. Mas aí deixa a investigação verificar, tá certo?”, disse Tatto.
Questionado se confiava no auditor, Tatto respondeu: “Veja, eu confio em mim”.
Segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, além de Adli e Reis, são sócios no negócios Jamile Osman e Salah Ali Osman, cunhados do secretário municipal. Salah Osman também é doador de campanha do parlamentar e do irmão dele, o vereador Arselino Tatto (PT).
Suspeito de participar em esquema de fraude no ISS na gestão do prefeito Gilberto Kassab (2009-2012), Luis Alexandre de Magalhães deixa delegacia em São Paulo - (Foto: Fabio Braga / Folhapress)
Um dos suspeitos de participar em esquema de fraude no ISS na gestão do prefeito Gilberto Kassab (2009-2012), Luis Alexandre de Magalhães deixa delegacia em São Paulo – (Foto: Fabio Braga / Folhapress)
O auditor prestou depoimento no âmbito de uma sindicância que apura a evolução patrimonial de servidores da Secretaria Municipal de Finanças, onde é diretor do Departamento de Fiscalização.
Quatro servidores já foram presos por fraude e cobrança de propina de construtoras – um deles liberado após um acordo de delação premiada. O esquema pode ter desviado até 500 milhões de reais do Tesouro, segundo as investigações.
Haddad – Indagado sobre o possível afastamento cautelar de Reis do cargo de confiança, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que vai “aguardar os desdobramentos” e que ainda não era necessário tirar o servidor do cargo. “O importante é que a Controladoria tem carta branca para tudo e vai punir os fiscais que se envolveram em maracutaia”, disse Haddad. “A reputação das pessoas tem de ser preservada.”

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