sábado, 13 de julho de 2013

MÉDICOS, ORA OS MÉDICOS


Rapphael Curvo (*)
Em artigo passado escrevi que a presidente Dilma estava perdida, sem rumo, e ainda está. Toda essa mazela tem origem na orientação de seu guru Lulla que nada lhe deixou de consolidado em qualquer área da administração pública. Não temos reformas, não temos infra-estrutura, não temos educação, não temos saúde e menos ainda um governo atrelado às reais necessidades da população. ???????????????????????????????Tudo que é começado tem cunho eleitoral e composição política da demagógica governabilidade que se traduz em negociatas e acordos espúrios. Não há uma única grande obra terminada nestes onze últimos anos no Brasil. Bilhões de reais são literalmente distribuídos aos governos internacionais amigos ou jogados fora em obras faraônicas, como exemplo, a transposição do rio São Francisco que já tem estimativa acima de 10 bilhões e terá que ser toda refeita.
Enquanto o governo petista ficou restrito a obras e doações de dinheiro, pouca indisposição encontrou pela frente. Ao invadir, e com autoritarismo, a seara de grupos com melhor formação intelectual como a classe médica, mexeu no formigueiro.
Esta “invasão” sem qualquer preparo de pauta que levasse a um consenso de como abrir caminho para a melhora da saúde no Brasil, ofereceu a luz para se ver como está realmente em agonia a saúde brasileira. Não há nenhum procedimento administrativo e organizacional que possa se dizer em pleno funcionamento. O dinheiro sai dos cofres do País, mas não chega ao endereçado. Os hospitais, raras exceções, verdadeiros depósitos humanos e em precárias condições de funcionamento. A estrutura física e de equipamentos em estado deplorável. Poucos são os que se salvam desta lástima.
Então vem a pergunta: é a falta de médico a causa de tudo isso? É evidente que não. Está claro e de forma inquestionável que o desprezo, a desfaçatez, falta de comando e vontade política de realizar é que grassa pelo Brasil todo. Em qualquer nível de governo, com poucas exceções, a saúde é meio de negócio e não de política voltada à população. É só dar uma passada pelos postos de saúde (PS) para perceber a forma animal em que são tratados aqueles que chegam por lá. Quem são os culpados? Com toda certeza os que estão sentados em gabinetes refrigerados e entregam a toda sorte pacientes e atendentes, médicos e enfermeiros, que se desdobram para arrumar uma maca, mesmo que enferrujada, para colocar pelos corredores os necessitados de socorro médico.
Ter médico, senhora presidente Dilma, não é significado de saúde. É parte do processo de saúde que exige equipamentos, laboratórios, hospitais bem administrados e higiênicos, bem supridos de remédios, materiais cirúrgicos e por aí vai. Para isso, é preciso investir como País de primeiro mundo. O Brasil investe apenas 3% do seu PIB enquanto os Estados Unidos o faz com 14% e Europa com 10%. Segundo informações, foram investidos 63 bilhões dos 80 previstos orçamentariamente porque os 17% restantes foram desviados para outras finalidades. Até na quebrada Argentina são destinados 20% do orçamento e no Brasil apenas 8%. É dessa forma que se deteriora a saúde senhora presidente. O povo brasileiro, pela falta de melhor educação e condições de vida, vive cheio de problemas de saúde e continua lotando os hospitais.
Essa história de trazer médicos de fora é ato eleitoreiro, acelerado no desespero de uma resposta ao “vem prá rua”, o grito do povo. Não está embasado em nenhum estudo ou debate. Carece de análise técnica e de resultados. Vou lhe propor presidente Dilma, apenas cinco pitacos: o primeiro é que visite as faculdades de medicina e saberá por que só 53% dos formandos passaram nas provas do CRM paulista. O segundo é a Sra. saber que inúmeras não tem laboratório, algumas nem corpos para aulas de anatomia. O terceiro é que vá ao interiorzão e veja em que estado estão os hospitais e postos de saúde e vai entender por que não tem médico e é lá que quer, irresponsavelmente, jogar os recém-formados. O quarto, é que não é cabível e decente o seu SUS pagar o que paga por intervenções cirúrgicas de pequena e alta complexibilidade. O quinto é que você Dilma, foi eleita para administrar, governar e não para fazer e viver de politicagem. Os médicos, ora os médicos, não é?
(*) Jornalista e Adv

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