Com três grandes aeroportos (Guarulhos, Brasília e Campinas) já sob administração de consórcios privados, não restam mais dúvidas quanto ao que fazer em relação aos outros que têm viabilidade econômica e financeira para se autofinanciarem, desde que geridos adequadamente.
É o caso dos aeroportos internacionais do Rio e de Confins, com licitações marcadas para o ano que vem. Ainda que com atraso, é possível que antes da Copa do Mundo de 2014 o país esteja com seus aeroportos de maior movimento (excetuando-se Congonhas e Santos Dumont) dentro de um novo modelo administrativo, sem as amarras burocráticas e corporativas da companhia estatal responsável pelo setor.
Por esses aeroportos passam anualmente milhões de passageiros e visitantes, além de milhares de prestadores de serviços temporários e permanentes.
Os que viajam a lazer estão disponíveis para aproveitar seu tempo de espera, passando por lojas que despertem seu interesse para compras fora do habitual ou aproveitando para desfrutar uma refeição ou simplesmente um bom café, em espaços que sejam confortáveis.
Os que viajam a trabalho também necessitam de áreas mais reservadas para que prossigam ou adiantem suas atividades profissionais.
Quando comparados aos principais aeroportos internacionais, os brasileiros ficam muito aquém na oferta e na prestação de serviços de qualidade aos passageiros e usuários em geral.
O contraste é tão forte que a primeira impressão chega a ser decepcionante para os que nos visitam.
Não fazia sentido persistir com o antigo modelo. O velho argumento de que a receita obtida pela estatal Infraero nos grandes aeroportos seria fundamental para financiar investimentos e manutenção nos demais é falacioso, porque o real potencial do sistema não é explorado.
E isso é tão verdadeiro que, mesmo comprometendo-se a realizar investimentos vultosos nos próximos anos e a reduzir tarifas aeroportuárias, os consórcios que venceram as licitações dos três primeiros grandes aeroportos pagarão ao Tesouro uma soma considerável de recursos durante o seu período de administração.
A rentabilidade projetada para o negócio tem sido suficiente para atrair diferentes grupos de interessados.
É possível até que, como sócia minoritária (condição que o governo impôs aos concessionários), a Infraero tenha relativamente mais retorno nesses aeroportos do que enquanto esteve sozinha à frente da administração.
Se essa previsão se concretizar, cairá por terra o receio que os aeroportos menos movimentados ficarão desassistidos financeiramente. Como para a Copa do Mundo o tempo é curto, espera-se que nas Olimpíadas o aeroporto do Galeão já não nos faça passar vergonha.
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