Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
20.11.2012
| 12h00m
Robert Frank (foto abaixo) nascido em Zurique, na Suiça, em 9 de novembro de 1924, é figura muito importante na Arte da Fotografia nos EUA. Seu trabalho mais conhecido é o livro The Americans, com grande influência no meio acadêmico. Pelo que apresentou passou a ser cognominado o Alexis de Tocqueville dos tempos modernos.
Sua visão cética e diferente, por inusitada, da sociedade americana, mostra também seu espanto diante do que via. No país desde 1947, sua reação foi de espanto à medida que se aprofundava nas contradições da cultura americana, o célebreamerican way of life com suas disparidades inacreditáveis, ao mesmo tempo românticos, pragmáticos, mercantilistas, generosos e frios.
Uma das provas do grande talento de Frank é o contraste entre seu trabalho europeu que era quase luxuoso, graficamente muito rico, poético, terno. Não há dúvida que sua obra sofreu uma enorme transformação ao entrar em contacto com a cultura americana. Suas fotos passaram a ser secas, enxutas, sem rebuscamentos. Criou um novo estilo. Ele, por assim dizer, se repaginou continuando o mesmo grande artista.
Os temas não surpreenderam. Todos já sabiam sobre lanchonetes de metal e plástico, jukeboxes, longas e infindáveis estradas, saloons, motéis, motocicletas, máquinas para quase tudo, casas de papelão e todo o resto. Mas ninguém tinha pensado nisso como a base de uma iconografia coerente sobre The Americans.
Vai ver foi por isso que as altas camadas da sociedade americana não gostaram do livro... No entanto, com o correr do tempo seu livro tornou-se seminal no estudo da fotografia e também nos cursos de História.
1952, campanha de Adlai Stevenson (perdeu para 'Ike' Eisenhower...)
cinema drive-in, Detroit, 1955
1955, ainda era legal a infame segregação nos transportes
Num Café de beira de estrada, na Carolina do Sul, 1956
Os manda-chuva de Hoboken, NJ, 1955
Se Frank não fez sucesso nas esferas que mandavam no país, não há dúvida que o fez entre os membros da intelligentsia americana, sobretudo com os de vanguarda. Foi grande amigo de Allen Ginsberg e Jack Kerouac.
Robert Frank ainda dirigiu filmes documentários, fez fotomontagens, vídeos e viajou muito, sempre fotografando. Suas obras estão em vários dos mais importantes museus de arte moderna, ou específicos de fotografia, pelo mundo todo. E, que se saiba, ainda continua em atividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário